quinta-feira, 7 de junho de 2012

Capítulo 02

Maggie e Harold Watson, pais de Verônica e Annie, estavam em sua sala de estar, assistindo um programa que costumavam assistir diariamente, quando Verônica desceu as escadas. A garota, sentou-se no sofá, mas mantendo uma distância de seus pais. Passou um tempo assistindo TV, e passado algum instante não deixou de prestar atenção a seus pais. O casal estava rindo, muito feliz, abraçado, muito juntinho, e a garota começou a se perguntar se Nick não a tivesse deixado, eles estariam hoje ali, daquele jeito, assistindo TV. Isso a entristeceu de tal forma, que ficou a ponto de chorar, mas mesmo assim não saiu dali. Seu pai riu de uma piada do programa junto com a esposa, e então olhou para a filha. A garota percebeu então que seu pai começou a se assustar com sua reação.
- Verônica, você está bem? - Perguntou Harold, preocupado.
Verônica deu as costas aos pais.
- Nada, pai. - Mentiu.
Maggie agora se desgrudou de Harold para ver a filha.
- Como "nada"? Você está parecendo que quer chorar.
- Chorar? - Perguntou Maggie intrigada. - Verônica você está chorando. Mas porquê, filha?
- Não é nada, já disse! - Respondeu Verônica, saindo apressada da sala.
Maggie e Harold se olharam um momento.
- Isso é um programa humorístico! A intenção é sorrir, e não chorar. - Harold falou para a mulher, que estava indo em direção a janela.
- Harold, tem algo de errado com essa menina! - Maggie se voltou para o marido. - Verônica só é vista triste, solitária, sem amigas, eu quero saber o que há de errado com ela.
- Ah, Maggie, a garota é adolescente. Os adolescentes tem esse tipo de comportamento.
- Harold, a Verônica tem tem 17 anos. Nem Annie que tem 16 tem esse tipo de comportamento. A Verônica não fala muito comigo faz tempo. Ela nunca reprovou na escola, mas ela costumava ser mais alegre, se socializar mais, conversar mais, sorrir mais. - Maggie pousou a mão na testa. - Será que essa menina está usando drogas?
- Maggie, a garota nem sai de casa, por favor! - Harold agora se levantou, indo até a mulher. - O lugar mais longe que ela foi esse ano todo, e olha que estamos em julho, foi na escola.
- E será se ela não pôde ter pego drogas na escola? - Maggie continuou.
- Usar drogas na escola? Por favor! E mesmo se tivesse usando, logo saberíamos, porque ela teria de arrumar dinheiro para conseguir as drogas, ela teria de vender suas coisas, e quando não tiver mais nada teria de roubar nosso dinheiro. - Explicou Harold, abraçando a mulher assustada com a idéia de sua filha ser usuária de drogas. - Eu nunca dei por falta dos objetos de valor dela, e as minhas não sumiram. E as suas?
Maggie ficou um pouco quieta, pensando melhor.
- É. Minhas coisas ainda não sumiram. Verdade. - Falou a mulher, um pouco mais aliviada. - Ela não está usando drogas!
- Quem está usando drogas?
O casal se virou para ver quem havia feito a pergunta. Era uma garota que se diferenciava de Verônica por não ser pálida, e parecer ser alegre. A garota era bonita, e tinha os cabelos castanhos como Verônica.
- Annie, preciso te fazer uma pergunta, filha? - Maggie foi ao encontro da garota e a levou até o sofá. - Você sabe o que está acontecendo com a sua irmã?
- Como assim, mãe? - Annie olhou para a mãe meio sem entender.
- Sua mãe acha que Verônica está usando drogas. - Harold informou a garota.
- Drogas? Não, Verônica não está usando drogas. - Respondeu Annie. - Mas vocês podem me dizer o porquê dessa pergunta?
- O comportamento dela! Ela está estranha há muito tempo. Quando ela era uma criança ela não era assim, lembro que conversávamos mais, assim como eu e você, Annie.
Annie ficou calada. Sabia o porquê do comportamento da irmã. Mas mentiu aos pais.
- É o jeito dela, mãe. Ela é assim. E tem as matérias da escola que ela tem dificuldade, e o ensino daqui, que está cada vez mais fraco. Toda pessoa sente vontade de viajar, ter um ensino melhor, eu acho. - Os pais da garota a olharam desconfiados. A garota percebeu, e logo continuou. - E também, acho que ela se sente sufocada com esse lugar. A gente vive praticamente num vilarejo!
- Não fale isso, Annie! Vivemos em Surrey. - Falou Maggie.
- Mas queremos algo maior, melhor... - A garota pensou mais um pouco, e em seguida olhou para os pais. - Londres, talvez!
- Londres? - Perguntou Harold.
- É, pai. Londres! A gente já passou tempo suficiente aqui nesse lugar. Eu e Verônica merecemos coisa melhor, não é? E nossos primos Ryan, James e Lionel moram lá, não é? Poderíamos morar lá. O que acham?
- E ficar longe das minhas filhas? Não! - Maggie contestou.
- Mãe, mas lá é muito melhor, e é perto... Pensem nisso, no futuro de suas filhas. Eu vou lá no quarto me arrumar, porque as minhas amigas e eu vamos àquela festa que falei ontem.
- Está bem! Mas chame Verônica para ir com você. - Disse Harold, ainda pensativo com a proposta de Annie.

Verônica estava floresta. Parou de chorar. Já estava a algum tempo chorando, sofrendo silenciosamente. Foi como se ela ainda pudesse ver Nick correndo até ela. Sorrindo para ela. A garota sentou-se no balanço. Então perguntou para si mesma.
- Será que Nick pensa em mim?
Olhou tristemente para a lua que agora estava começando a aparecer. E ainda sentada no balanço, perguntou , agora dessa vez olhando a lua.
- Será que Nick está te admirando?
 Ficou mais um instante pensando. Então decidiu voltar para casa.
Quando entrou em casa, seus pais já não estavam na sala. Subiu as escadas para seu quarto. E ao entrar, encontrou Annie lendo seu novo diário.
- Annie! - A garota gritou, assustando a irmã. Correu e tomou o diário de suas mãos. - Porque você está lendo meu diário?
- Verônica, não precisa haver segredo entre mim e você, né? - Respondeu Annie. - Eu sei que você está, ou melhor, é assim. É por causa do Nick.
Verônica ficou calada. Sempre contou tudo para a irmã. Annie era sua única amiga.
- Mas isso não te dá o direito de ler meu diário!
- Está bem, desculpa! Mas você poderia ser menos antissocial, não é?
- Você tem de entender que não consigo!
- Você tem de entender que você tem uma vida pela frente... Qual é, Verônica? Ok, você viveu um lindo amor com o Nick, ele foi embora, você sofreu... Mas não pode ficar assim a vida toda. você tem de encontrar algum cara que te ame...
- Nunca vou encontrar algum cara que me ame mais do que Nick meu amou. - Respondeu Verônica sentando-se na cama.
- Como você sabe? - Annie foi até a irmã. Verônica ficou sem saber o que responder. As duas ficaram um tempo sem falar, então Annie quebrou o silêncio. - Vou a uma festa com umas amigas. Vamos! Vai ser divertido!
- Não quero! Tenho... - Verônica pensou em algo pra dizer. - Tenho lição de casa.
- Sofrer por um amor é lição de casa?
- Annie, não quero ir, ok? Respeita minha decisão. - Verônica começou a ficar chateada com a irmã.
- Está bem. Mas muda essa cara. Só queria que sua vida tivesse mais emoção, porque até sua voz parece de alguém que está pra morrer. Você podia sair e se divertir. Ah, e por falar em diversão, adivinha?
- O que? - Verônica realmente perguntou sem emoção alguma.
- Vamos morar em Londres! - Annie anunciou muito animada.
- O que? - Verônica se levantou e caminhou até sua janela, avistou a antiga casa de Nick e a floresta. Então se virou para a irmã. - Não podemos ir! Não posso deixar esse lugar!
Annie revirou os olhos.
- Não podemos porque, Verônica? Porque você ainda espera o Nick voltar? - Annie olhou nos olhos da irmã. - Vamos porque não vou deixar você destruir sua vida por alguém que está em qualquer lugar do mundo, possivelmente com uma namorada, e não te telefona ou escreve cartas, e quem sabe talvez nem se lembre mais de você!
As palavras de Annie machucaram o coração de Verônica, como se uma espada o tivesse transpassado. Verônica rompeu-se em lágrimas. Mesmo que achasse, ou pensasse, ou pedisse a Deus, que Nick voltasse, a garota não podia negar que o que Annie disse podia ser verdade.
Annie olhou para a irmã e se arrependeu de ter dito aquilo. E abraçou-a.
- Desculpa! Desculpa mesmo, Verônica! Mas... Você tem de deixar esse lugar. Aqui não está te fazendo bem. Tenho medo de um dia você ficar louca, e se matar. Não faz isso com você. Não faz isso conosco. A mamãe, o papai e eu te amamos. - Annie deu um beijo na bochecha da irmã. - Vou tomar um banho e sair, ok? Amanhã você dá sua resposta.
E então a garota saiu deixando Verônica sozinha no quarto. Ela limpou as lágrimas e começou a escrever no seu diário. Sobre como deixaria o lugar onde viveu os melhores momentos de sua vida, sobre se teria a coragem de conhecer outras pessoas, sobre se poderia algum dia deixar Nick no passado e viver a sua vida. E da sua grande dúvida.


Querido diário...

Ir ou não ir à Londres: Eis a questão.

10 comentários:

  1. essa veronica tem que apanhar
    glazi

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    1. Coitada...rsrsrsrsrs...a história da garota só está começando...Aposto que depois você vai gostar dela...

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  2. Vivi uma história parecida com a da Verônica...tow me identificando com tudo!!! linda história de amor!

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  3. obg...é mtu linda essa história de amor...e a sua, acabou bem? espero...rsrsrs me conta aí...

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  4. não...houve muito desencontro na nossa história, e ele mudou de estado, mas vinha pra minha cidade de vez em qndo. ficávamos, e uma vez que ele voltou me disse que estava noivo, aí a gente se deixou. fikei um pouco mal, mas a vida continua,né? bjaum, aciello.

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  5. Verdade! a vida continua! e tenha a certeza que não vivemos apenas um grande amor, podemos achar 2, 3, 4,...até encontrarmos a nossa metade da laranja...rsrs...felicidades, querida!

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  6. eu juro que vou bater nessa garota. rsrsrs

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  7. kkkkkkk...coitada da Verõnica. Tenta entender o lado dela, o negócio está difícil pra ela...kkkkkk

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  8. Verônica is so crazy.let the past behind,girl.

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  9. Verônica never forgot Nick, her beloved boyfriend. It's dificult to she forget this.

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