domingo, 26 de agosto de 2012

Capítulo 12

Querido diário,
o ser humano é como uma cobra, que muda de pele, e futuramente muda de novo, e de novo, e de novo. Mas no nosso caso, não mudamos de pele, e sim de pensamentos, idéias.
Há muito tempo, conheci Nick, nos apaixonamos, vivemos uma história de amor... Mas nós tivemos de nos deixar.
Vivi, depois desse acontecimento, em profunda depressão. Não saía, não ia bem na escola, não falava muito com meus pais e meus amigos. Sofria muito por causa da partida de Nick.
Mas alguém apareceu na minha vida e, devagarzinho, fez com que eu saísse dessa escuridão.
Henry Colman.
Eu sei que ele nunca substituirá Nick, mas ele me faz bem. Eu sei que ele gosta de mim.
Nick é uma página muito importante da minha história, que eu quero virar.
Pode até ser que às vezes eu pense nele, que eu fique curiosa em saber como ele está, ou como estaríamos se estivéssemos juntos, pode ser que eu lembre de todos os nossos momentos juntos, me fazendo lembrar de tudo com grande nostalgia, mas a vida continua.
Vou tentar me adaptar a Henry, e mesmo que o meu coração não fique a ponto de sair da boca toda vez que estamos juntos, vou seguir em frente, mas tendo a certeza que vivi um grande amor... Inocente. Porém completo.
É... Amor não se baseia em longos amassos, mensagens de texto fofos (outros provocantes), e sexo, e sim amizade,  companheirismo, e etc.
É... Eu amei.

Verônica fechou o diário, e então olhou para sua janela, suspirando em seguida.
Sua vida passou em sua cabeça, como um filme. Verônica sorriu minimamente.
- Verônica! - A garota ouviu a voz de Farrah chamando-a. - O Henry está aqui! E ele quer falar com você.
- Estou indo! - Respondeu.
Verônica se levantou da cama e foi até o espelho. Penteou os cabelos e mirou-se um momento, mas sem aquela expressão depressiva no rosto. E então saiu do quarto.

Henry estava sentado no sofá, conversando com Ryan. James estava lavando a louça, Farrah estava secando e Lion estava tomando algo que parecia ser um comprimido.
- Estranho o Lion não ter se curado dessa gripe. - Comentou Henry. - Já faz uma semana que ele está assim.
- É verdade! - Disse James. - Já estou cansado de lavar louças. Esse idiota nem ajuda.
- Vocês acham que é fácil pra mim? - Perguntou Lion. - Nem posso tomar sorvete.
- Você só não toma sorvete porque eu sempre estou te lembrando que está gripado. - Disse Farrah.
- E ter de tomar aquela sopa de verduras da Verônica e da Annie está sendo uma tortura. - Informou Lion. - Odeio verduras!
- Verdade! - Disse James. - A sopa da Verônica até vai, mas a da Annie...
- Falando da Annie, onde está ela? - Perguntou Verônica chegando na sala.
- Ela está com as novas amigas. - Informou Ryan.
- As estranhas? - Perguntou James.
- Se a Annie ouvir você falar assim das amigas dela... - Avisou Farrah.
- Vai ver elas são legais. - Disse Henry. - A Annie é legal.
- As garotas punk e gótica ganharam um advogado. - Disse Ryan.
- Não é isso. - Disse Henry. - É que aprendi a não julgar livros pelas capas.
- Viu, meninos? - Farrah se dirigiu aos garotos, e apontou a Henry. - Vocês podiam se espelhar no Henry, e se tornarem homens de verdade.
- E quem disse que não somos "homens de verdade"? - Perguntou Lion com uma voz um pouco rouca.
- Homem é muito mais do que ter algo debaixo das calças. - Disse Farrah.
Henry vendo que ia começar uma discussão, achou melhor chamar Verônica e sair dalí.
- Então... Não precisam fazer almoço para Verônica, está bem? - Informou Henry. - Vamos aproveitar esse sábado e almoçar fora. Voltamos a tardinha.
- Está bem! - Disse Ryan para Verônica e Henry. - Até mais!
Então eles saíram. Verônica puxou Henry, quando estavam na calçada de casa.
- Faltou só uma coisa, Henry!
- E o que foi?
Verônica o beijou.
- Isso! - Disse, sorrindo para o garoto. - Agora podemos ir.
Henry apenas sorriu para a garota e saíram dalí.
No fim da tarde, Verônica e Henry estavam caminhando por uma praça, conversando sobre uma feirinha do colégio que ia começar no próximo mês.
- A galera da cidade gostam demais de feirinhas escolares, - Informou Henry. - porque é um bom lugar para comprar bebida pela metade do preço. Além de o diretor da nossa escola permitir que os alunos façam uma festa no último dia de feira.
- Gostei de ter ficado no stand de artes. - Disse Verônica.
- É bem legal mesmo. O ruim é que fica longe do stand de matemática. - Falou Henry, fazendo biquinho.
Verônica sorriu.
- Mas então, não haverá grandes emoções?
- Basta você querer. - Disse Henry, piscando para a garota.

Os dias se passaram. Henry estava conseguindo arrancar sorrisos de Verônica cada vez mais. A garota não pensou mais em Nick, ou pelo menos não conscientemente.
Verônica era vista pelos primos, por Annie e Farrah um pouco mais sorridente.
Tudo parecia estar melhorando na vida da garota.
O dia da feirinha escolar havia chegado. A escola, que estava muito bem decorada, estava recebendo a visita de muitas pessoas que não eram alunos da instituição.
Verônica, Annie e Farrah estavam caminhando por entre os stands, conversando alegremente.
- Como tem gente aqui! - Comentou Farrah, admirada. - Ainda bem que estudei tudo o que falarei no stand de Ciências Biológicas pra não passar vergonha.
- Pelo menos você não dividirá o stand com Craig, Lorraine e Donnie, os três idiotas da escola. - Disse Annie, passando em seguida um papel a Verônica. - Guarda isso aí com você, na sua bolsa. É o que eu vou falar no stand.
Henry passou pelas garotas ligeiramente e deu um beijinho na bochecha de Verônica.
- Oi, garotas! - Henry cumprimentou Annie e Farrah.
- Oi, Henry! - Cumprimentou-o as duas ao mesmo tempo.
Verônica olhou para a irmã e a amiga. Farrah não se conteve.
- Como estão vocês dois?
- Está tudo bem! - Respondeu Verônica. - Henry foi um garoto maravilhoso que apareceu na minha vida. A cada dia que passa penso menos no Nick. Eu sei que ele tem uma grande importância pra mim, mas... Mas estou quase superando tudo.
- Como assim quase? - Perguntou Farrah.
- Não sei... Eu acho que sempre vou sentir saudade do Nick, mas ele não vai voltar mesmo... Sei lá... Eu acho que sempre vou gostar dele, por causa do amor que vivemos, mas estou empenhada a seguir em frente, não me prender mais ao passado.
- E se ele voltar? - Perguntou Annie.
Verônica ficou um momento sem responder, olhando para a irmã e para a amiga, sem expressão.
- Ele não vai voltar. - Respondeu. - Nunca apareceu esses anos todos... Por que voltaria agora? Estou tão feliz com Henry.
Mas Verônica, depois de muito tempo sem se perguntar o que aconteceria se reencontrasse Nick, pensou um pouco, e a verdade é que não sabia o que de fato faria.
- O Nick não vai voltar! - Falou mais uma vez as garotas.
- E se voltar... Está tudo superado mesmo. - Disse Henry, que havia chegado para junto das garotas. - Não é?
Annie olhou para Farrah.
- Vamos, Farrah! Vamos procurar os garotos e deixá-los namorar.
- Está bem! - Disse Farrah, sorrindo. - Tchau, Verônica! Tchau, Henry!
E saíram.
- Você não tinha ido para seu stand? - Perguntou Verônica.
- Tinha. - Respondeu Henry. - Mas esqueci de dar um beijo na minha namorada. Você viu ela?
Verônica riu.
- Como ela é? - Disse a garota, fingindo seriedade. - Posso te ajudar a procurá-la. Se você quiser, claro!
- Encontrei! - Disse Henry olhando para a garota. - Ela é a garota mais perfeita desse lugar.
Verônica olhou para o garoto, sorrindo.
- Receio não poder encontrá-la. Não sei onde posso encontrar uma garota perfeita.
- Eu sei onde encontrar a garota perfeita pra mim. - Disse o garoto, olhando-a nos olhos. - Ela está parada na minha frente.
Verônica o beijou.
O Nick definitivamente não pode voltar. Eu não saberia o que fazer. Quem escolher. Pensou.
Verônica largou do garoto. Havia lembrado que Annie lhe deu sua fala.
- Henry, desculpa, mas agora tenho de procurar a Annie. - Disse Verônica. - Ela esqueceu o papel da fala dela, aí você já sabe, não é?
- Está bem! Eu te amo. Não esquece isso. - Disse Henry, dando as costas e voltando ao seu stand.
Verônica saiu apressada, abrindo a bolsa, passando por um mar de gente.
E foi aí que tudo aconteceu.
Um garoto, que passou apressadamente por Verônica, esbarrou nela.
- Desculpa! - Disse Verônica. Mas não houve resposta, e ela também não se importou, pois continuava com os olhos na bolsa, a procura do papel de Annie.
Verônica percebeu que uma garota vinha correndo em sua direção e, ao passar por Verônica, parou abruptamente e gritou:
- Nicholas McGroff, volta aqui agora!
Verônica parou no ato o que estava fazendo. Pensou se tinha ouvido aquele nome mesmo. Mas ela sabia que seus ouvidos não a haviam enganado.
Seu coração disparou. Suas mãos suaram. Ela esqueceu o que ia fazer. A bolsa que estava segurando caiu. Havia, naquele momento, perdido noção de tempo e espaço. A simples menção daquele nome vinda da boca de uma estranha fez com que tudo o que havia ao seu redor sumir. Verônica ficou ofegante. Suas vida passou rapidamente como um filme na sua cabeça.

Garoto novo na vizinhança. Ele olhou para minha janela. Nossos olhares se cruzaram. Sonhei com ele a noite toda. Nos tornamos amigos. Nicholas McGroff. Brincamos na floresta. Pensei nele antes de dormir. Sonhei com ele, novamente. Caí na floresta. O senti trêmulo. Ele me beijou. Ele me pediu em namoro. Ele me abraçou. Passamos mais tempo juntos. Risos. Abraços. Felicidade. Roda gigante. Senti sua mão suada de nervosismo sobre a minha. Sonhei com ele. Nick. Ele disse que iria me deixar. Lágrimas. Pesadelo. Ele entrando no carro. Ele me olhando através da minha janela. Eu correndo com toda a minha vontade. Carro dobrando a esquina. Dor. Lágrimas. Depressão. Pesadelos. Vontade de morrer. Lembranças. Lágrimas. Nick. Tristeza. Incapacidade de ser completamente feliz. Nick.

Verônica, mesmo com todos os sentimentos que estava sentindo, decidiu se virar. Tinha de saber se era ou não Nick. O seu Nick.
A garota virou-se, bem devagar, e viu uma garota de costas, um pouco mais a sua frente. Era a garota que havia gritado. E mais a frente viu um garoto, também de costas. 
O garoto, alto, branco, de cabelos negros e trajava uma jaqueta preta, fechou os punhos. E virou-se para olhar a garota que havia lhe gritado.
O coração de Verônica bateu mais violentamente.
Não havia como negar. Aqueles olhos inconfundivelmente azuis eram do garoto que, por culpa do destino, abandonou-a.
Era ele. O garoto que a fez descobrir o sentimento mais lindo possível. O garoto que, por anos, habitou os seus sonhos e pesadelos. O grande amor de Verônica. O garoto que estava parado a sua frente. 
Era Nicholas McGroff.


    

    



  

Tema do episódio: Photograph de "Nickelback".

♪ Músicas online grátis! Acesse: www.powermusics.com

domingo, 12 de agosto de 2012

Capítulo 11

Henry estava em estado de choque. Verônica estava o observando, e então abraçou o garoto. Henry permaneceu sem entender absolutamente nada.
Verônica está agarrada em mim mesmo... Ou é um sonho? Pensou.
- Diz alguma coisa. - Disse Verônica, ainda abraçada ao garoto.
- Você me chamou de "meu amor"? - Perguntou Henry.
A garota se soltou de Henry, e o olhou nos olhos.
- Me desculpa...
Henry puxou-a para mais um beijo.
Que sensação! Foi melhor que a vez em que roubou um beijo da garota. É que o fato de Verônica o chamar de "meu amor" mudava completamente as coisas. Enquanto beijava Verônica, Henry a envolvia em seus braços, e pôde sentir que a garota estava o retribuindo com um grande abraço.
Henry se sentiu o cara mais sortudo do mundo.

Annie e Farrah estavam sentadas em um banco, conversando.
- Verônica é louca! - Disse Farrah. - Se o Henry estivesse afim de mim... Nunca eu iria deixá-lo escapar. Ele é tão...
- Lindo! - Annie riu. - É, eu sei... Todos só falam da fama dele.
- Se fosse só isso! Ele é inteligente, legal, etc.
- Perfeito demais... Será se ele não tem algum defeitinho?
Farrah deu de ombros. Annie a cutucou e apontou para trás. Verônica estava chegando até elas.
- E aí, nos conte que história é essa de fazer o Henry esperar? - Perguntou Farrah.
- Meninas, tenho de contar uma coisa a vocês. - Disse Verônica.
- Boa ou ruim? - Perguntou Annie.
- Não sei!
- Ihhh... Sobre o Henry? - Começou Farrah. Verônica afirmou. - Então conta desde o início. Por que você o deixou esperando ontem a noite?
Verônica contou tudo.
- Verônica! Você é louca? - Admirou-se Annie. - Podia ter acontecido algo a você. Andando por aí sozinha... Francamente.
- Verdade. - Disse Farrah.
- Mas agora a pouco nos acertamos.
Annie e Farrah ficaram a olhando admiradas.
- Eu pedi desculpas, e...
- E...? - Perguntou Annie.
- E confesso que fiquei confusa com relação aos meus sentimentos.
- Hãã? - Perguntou Farrah com um sorriso. - Quer dizer, você ficou...
- Senti algo que não sentia a muito tempo... Sei lá, uma paz de estar em seus braços e ao mesmo tempo uma euforia por sentir o gosto do seu beijo.
- Verônica... - Annie sorriu para a irmã, e a abraçou. - Você está gostando dele.
- Mas eu amo o Nick.
- Mas o Henry está mexendo com você, amiga.
Verônica abriu a boca pra falar algo, mas a sineta tocou.
- Vamos! - Disse Annie, feliz, como se ela é que estivesse amando. - Hora da aula.
Verônica ficou mais um tempo no mesmo lugar.
Será? Pensou.

Quando a sineta do intervalo tocou, Annie foi saindo da sala, acompanhada de Mallory. As garotas estavam conversando sobre as aulas francês, quando Lorraine agarrou o braço de Annie, fazendo-a parar.
- Ei, novata! Não está se esquecendo de nada não?
- Não. O que seria?
- O dinheiro do lanche que você vai me dar.
Mallory olhava de uma garota a outra. Annie arregalou os olhos.
- Querida... Não tenho dinheiro!
- Eu avisei que queria o dinheiro da semana toda, não avisei.
- Avisou, mas...
Mallory interrompeu a amiga.
- Olha, eu dou o dinheiro dela, está bem? - E tirou dinheiro de seu bolso. - Olha aqui. Pega!
- Não seja tão egoísta, Mallory, eu vi mais dinheiro no seu bolso. - E pôs a mão no bolso da garota sem a menor cerimônia. Tirou mais 10 libras. - Hummm... É assim que eu gosto! Até amanhã, garotas.
Mallory passou a mão pelos cabelos. Annie olhava Lorraine saindo dali, com um ódio estampado na cara.
- Essa Lorraine é uma otária! - Disse, voltando-se para a amiga. - Não era pra você entregar.
- Não tem nada! Tenho muito mais. - Disse Mallory, um pouco triste. - Eu não sei porque o Craig ainda anda na companhia dessa garota.
- Deve ser um otário. Igual a Lorraine e aquele Donnie.
- Eles são perigosos. Não se meta com eles.
- Não vou aguentar isso muito tempo, Mallory.
Então as garotas rumaram para o refeitório, quando iam chegando, Henry chamou Annie.
- Oi!?! - Disse Annie, sem entender.
- Oi. - Disse Henry. - Queria falar com você um momento... É sobre Verônica.
- Ah... Está bem. - E voltou-se a Mallory. - Nos vemos depois, está bem?
- Ok! Eu vou procurar pela Cecily. - Disse Mallory, saindo.
- Pode falar, Henry. - Disse Annie, voltando-se ao garoto.
- Annie, queria que você me ajudasse... Queria que me contasse mais sobre o que a Verônica gosta... É que eu sei que ela é uma garota que está se recuperando de uma grande ferida, eu sei, ela é um pouco triste, e acho que se ela não se fechasse no mundinho dela, essa tal ferida poderia cicatrizar.
- Olha, Henry... - Disse Annie, começando a ficar feliz. - A Verônica desde pequena adora parques de diversão, passeios em locais onde há muito verde, hummm... Ela também adorava milk shake de frutas vermelhas. E, sei lá...
Henry sorriu.
- Não precisa me dizer mais nada, era só isso que eu queria saber...
E acenou para a garota, dando meia volta. Mas a curiosidade de Annie mais uma vez foi maior.
- O que você vai fazer, Henry?
- Eu vou fazer Verônica a garota mais feliz do mundo! - Anunciou, saindo em seguida.
Annie sorriu, e em seguida saiu a procura de Mallory e Cecily.

Verônica estava descendo para jantar com os garotos, Annie e Farrah. Antes chegar na cozinha ouviu alguém tossir forte.
- Quem aqui está desse jeito? - Perguntou ao chegar à cozinha.
- Lion. O otário está assim porque tomou seu banho do mês. - Anunciou James.
- Mas banho não deixa ninguém assim. - Admirou-se Verônica.
- Mas quando se toma uma rajada de água e não troca de roupa acontece isso. - Disse Ryan.
- O Lion estava voltando da casa de um amigo, quando os filhinhos do vizinho aí da frente jogaram água nele com a torneira. - Informou James.
- Eu... COF... Ainda pegou aqueles... COOOF... - Disse Lion.
- Melhor não falar o que vai fazer, Lion. - Disse Farrah.
Verônica foi se sentando junto aos outros.
- Oi, Ryan! Oi, pessoal! - Uma voz que Verônica conhecia os cumprimentou. A garota olhou para o lado. Henry estava parado na entrada da cozinha.
Todos o cumprimentaram.
- E aí, Henry, vamos jantar?
- Obrigado, Ryan... Mas vou jantar fora com Verônica.
Verônica olhou para o garoto, depois para Annie e Farrah, depois voltou-se novamente para Henry.
- Vamos?
- Vamos sim, Verônica!
- Mas... Henry... Não me arrumei para sair.
- Você é linda de qualquer jeito.
Verônica ouviu Annie e Farrah suspirarem.
- Henry...
O garoto foi até Verônica e a puxou. Olhou para os outros e disse.
- Trago ela antes das 10, prometo.
E saíram.
Henry chamou um taxi e saíram. Verônica olhou para Henry e sentiu um calor que não estava relacionado ao fato de estarem no verão. Henry a olhou e sorriu meigamente. A cidade ia passando por eles e Verônica a admirou como não admirou na sua chegada.
Henry chegou mais perto. Verônica pôde sentir a respiração do namorado em sua nuca, e então virou-se. Olhou nos olhos dele, pensou que se perderia naqueles olhos.
Estou me apaixonando por Henry?  Pensou.  Que sensação é essa? Se o meu coração é de Nick... Como posso estar me sentindo desse jeito ao lado de um garoto que não seja Nicholas McGroff?
Quando a garota "voltou a terra", Henry estava abrindo a porta do carro para a garota.
Verônica saiu e viu que estavam na entrada de um parque de diversões.
Olhou admirada para tudo. Haviam passado muitos anos desde a última vez que a garota havia estado em um parque.
- Quis te trazer aqui porque soube que tinha um parque do outro lado da cidade, e me ocorreu que gostasse, sabe. - Henry puxou a garota.
- Adoro parques! - Informou a garota.
- Vamos, então?
A garota sorriu, e os dois foram até a roda gigante. O brinquedo lhe trouxe tantas recordações. Mas, pela primeira vez, lutou para esquecê-las.
Ao subirem na roda gigante, quando estavam lá no alto, Verônica sentiu uma mão sobre a sua.
A garota se arrepiou, lembrando daquela vez em que Nick pôs a mão sobre a sua. Mas dessa vez a garota não tirou sua mão depressa. Voltou-se para Henry, e sorriu para o garoto.
Henry retribuiu o sorriso.
Começou a tocar no parque a música Dancing in the moonlight de "Toploader".
Verônica passou a mão na face de Henry.
- Acho que estou me apaixonando por você, Henry!
Henry olhou para a namorada, incrédulo.
"Você sabe que sempre fui de Nick, mas... Agora sei que... Fiquei pensando... E se ele realmente não voltar? Eu amei ele, sempre ele fará parte de minha vida, mas não vou viver a vida me guardando pra alguém que talvez nunca mais eu veja.  Quero acordar deste sono. Preciso disto. Quero um pouco de realidade. E no momento... No momento você é minha realidade. Nunca pensei que ia falar algo do tipo, mas... Quero que você fique por perto! Você é a carta de alforria do meu passado."
Henry conseguiu apenas sorrir para a amada, tamanha emoção que sentiu naquele momento. Seus olhos brilharam de felicidade.
Verônica então,o beijou. Como não fez com Nick há 9 anos atrás.
Ela se sentiu bem com aquilo. Sabia que algo estava faltando para ser completamente feliz. Mas pensou:
Não estragarei esse momento. Todos buscam alcançar a perfeita felicidade. Vai ver eu sou feliz, e nem sei.

Tema do episódio: Dancing in the moonlight de "Toploader".



♪ Músicas online grátis! Acesse: www.powermusics.com



  

domingo, 5 de agosto de 2012

Capítulo 10

Henry estava caminhando por uma pracinha, solitário. Já passava das 10 horas, e o garoto estava parecendo super chateado. Como Verônica pôde ter dado um bolo nele? Não estava acreditando naquilo.
Porque? Era o único pensamento que lhe ocorria.
Mas mesmo que gostasse muito de Verônica aquilo não passaria batido.

Ás 11:30 Verônica chegou em casa. Ryan, James e Lion estavam na sala assistindo um programa e a viram passar, mas ela não falou com eles. Tentou disfarçar que havia chorado.
- Queridos irmãos! - Falou Lion enquanto Verônica subia as escadas. - Estou 10 libras mais ricos. Disse que ela não chegava antes das 10, não disse? Podem passar o dinheiro da aposta, então.
- Idiota. - Disse James, quando ele e Ryan entregavam o dinheiro a Lion.

No quarto, Annie e Farrah dormiam, e Verônica olhava o céu de sua janela, enquanto pensava.
Deus! Henry estava me esperando! Ele deve estar furioso comigo.
Agora o jeito era esperar até amanhã para ver no que daria. Então pegou seu diário e contou tudo o que havia acontecido naquela noite: Sobre a visão, seu coração mais uma vez gritando por Nick, e no que falaria para Henry no dia seguinte.

Henry estava passando por uma rua, quando ouviu uma música vinda de um barzinho. O garoto então pensou: Se Verônica estragou a sua noite podia ao menos beber algo.
Então foi para o tal barzinho. Na entrada, avistou Craig, Lorraine, Donnie e mais 4 jovens que não conhecia fumando algo. Henry passou direto e entrou no lugar.
Mallory e Cecily o avistaram. A garota gótica deixou a bebida que estava tomando derramar. Mallory, então, olhou para a amiga, e disse:
- O cara é comprometido. Cuidado!
Cecily olhou para a amiga, séria.
- Soube disso! Mas não me importo, se quer saber.
- Não se importa? - Mallory riu, desdenhando. - E quanto as outras namoradas que ele já teve? Sempre você disse que não se importava, mas era eu que enxugava as suas lágrimas no fim.
- Você tem de me lembrar toda vez?
- Só estou falando isso porque você é minha amiga! - Mallory pôs a mão no ombro da amiga, depois apontou para Henry. - E a namorada dele é irmã da nossa mais nova amiga, a Annie. 
- Eu sei, ok? - Disse Cecily, tirando a mão da amiga do seu ombro. - E quer saber? Vai ser até bom ser amiga da Annie. Assim vou ficar a par de tudo sobre o Henry e a... Sei lá o nome daquela moribunda que o Henry está namorando.
- Cecily, Não é legal ficar com caras comprometidos. - Disse Mallory, séria.
- É mesmo, Mallory? - Respondeu Cecily com raiva para a amiga. - Pois então não fique com caras comprometidos.
- Quem é que vai ficar com caras comprometidos? - Perguntou uma voz de garoto. As garotas se viraram para ver quem era. Era Craig, que estava acompanhado por Lorraine e Donnie.
- Ah... Oi, primo! - Cumprimentou Mallory. - Já acabou de tragar?
- Já... E foi maravilhoso. - Informou Donnie. - Estou vendo estrelas até agora.
- E então... Quem é a danadinha que vai ficar com caras comprometidos? - Perguntou Craig, mais uma vez a prima, Mallory.
Lorraine percebeu que Cecily não tirava os olhos de Henry e antes que Mallory pudesse responder, ela o fez, rindo doentiamente.
- Cecily. Que parece estar a-pai-xo-na-da... - Anunciou teatralmente. - Pelo loiro bonitão e solitário que está tomando um Bacardi 151 lá no balcão.
- Porque você não vai lá falar com ele, garota? - Perguntou Donnie, maliciosamente.
- Por que eu não quero! - Respondeu Cecily, com grosseria.
- Mas que garota tímida! - Falou Craig, fazendo um biquinho. - Não gosto disso!
- Eu também não! - Disse Donnie, segurando no braço da garota. - Vamos, Cecily. Vai falar com seu grande amor.
- Nããão! - Cecily exclamou.
- Ah, não, Cecily, por favor! - Disse Lorraine começando a rir, e começou a ajudar Donnie a puxar o braço da garota gótica. - Não seja tão tímida!
- Afinal de contas ele é seu amor! - Donnie falou, também começando a rir.
Cecily ficou com raiva do trio, e começou a tremer com a idéia de ir falar com Henry.
- Me larguem, por favor! Me larguem! - Começou a falar alto.
Mas Lorraine e Donnie já haviam conseguido levantá-la da cadeira, e a puxavam.
- Por favor! Não, por favor! - Cecily começou a ficar realmente assustada.
Craig se juntou aos amigos e os 3 a empurraram com força. A garota bateu o lado com força em alguém, rodopiou e escorregou na bebida que a pessoa havia derramado, caindo em seguida.
Todos do local olharam a garota caída no chão. Alguns riam alto, outros a olhavam com pena.
Craig, Lorraine, e Donnie riram alto.
Cecily ainda caída no chão levantou a cabeça, e viu Henry, sentado no balcão, a olhando com muita pena.
A garota desejou que tivesse batido a cabeça com força em uma mesa. Queria morrer. Tamanha vergonha que estava sentindo de todos a olharem daquela forma, mas principalmente de Henry estar ali também.
Uma lágrima caiu, fazendo borrar sua maquiagem. Mallory correu a ajudar a amiga.
- Ah, Cecily. Vem! Deixa eu te ajudar! - Disse quando se abaixou ligeiramente. Mas a garota se desvencilhou da amiga.
- Me deixa, Mallory! - Disse saindo correndo dalí.
Mallory lançou um olhar de censura ao primo e seus amigos.
- Idiotas! Como vocês pôdem fazer isso com a coitada?
- Coitada mesmo! - Riu-se Donnie.
- Sempre soube que essa sua amiguinha era uma otária. - Disse Lorraine, rindo também.
Mallory ia responder a garota, mas seu celular tocou na hora e ela atendeu.
- Você conseguiu achar o bar? - Riu para a pessoa. - Está bem! Estou saindo... Está bem! Aí fora a gente se fala... Tio!
- Quem da nossa família está aí fora, Mallory? - Perguntou Craig, curioso.
- O tio... O tio Alan.
- Ah... O tio Alan! Sei... - Disse Craig, um pouco intrigado. - Manda um abração pra ele.
- Pode deixar! - Disse Mallory, lançando-lhe um olhar significativo.
O primo apenas balançou a cabeça. Poucos instantes depois saiu com Lorraine e Donnie dalí.

No dia seguinte, Verônica parecia super estranha, e quando chegaram na escola foi que a garota ficou ainda mais esquisita, Annie não se conteve.
- Verônica, o que foi que aconteceu? - Perguntou.
- Nada. - Mentiu.
- Como se não te conhecesse. - Disse Annie. - Pode ir falando o que foi que aconteceu.
- E o seu encontro com o Henry? - Perguntou Farrah, curiosa. - Você ainda não disse nada.
- Não teve encontro. - Verônica confessou.
- O QUE? - Exclamaram juntas.
- Ah... Depois eu explico! - Disse Verônica começando a sair à procurar Henry.
A garota procurou em todos os lugares possíveis, e ao chegar na sala de música viu o garoto sentado em frente ao piano. Entrou devagar, e ao chegar próximo a ele, o chamou.
- Henry!
O garoto se virou para Verônica. Ele a olhou muito chateado, e foi se levantando para sair. Verônica o agarrou pelo braço e ele se virou para ela. Suas faces ficaram bem próximas. Henry a olhou com desejo, mas ficou em silêncio.
- Me escuta, por favor! Eu posso explicar!
- Explicar o que? - Henry se desvencilhou. - Você me deu um bolo. Você sabe que sou completamente louco por você. Você brincou comigo. Assim como está fazendo agora!
Verônica olhou para o chão, envergonhada. Henry então continuou.
- Como você faz isso com os outros? Como você faz isso comigo? Ninguém brinca assim com os sentimentos dos outros, menina.
- Eu sei, mas... - Verônica tentou se justificar. - Mas eu posso te explicar...
- Como se não soubesse o porquê disso... É o idiota do Nick, não é? - Henry falou em tom alterado. - É ele que sempre está entre nós, não é?
- Não fala dele assim... Ele não teve culpa disso!
- Ah, sem essa, Verônica! Olha o que eu, o cara que ainda está aqui por você iria te dar ontem à noite.
O garoto tirou um delicado colar de ouro com um pingente de coração e mostrou a garota.
- Ah... Henry... Desculpa... - Gaguejou.
"Olha, Verônica, nunca tinha dito isso a nenhuma garota com quem já namorei, mas você é a pessoa com quem mais me importo no mundo. Estar com você me faz sentir coisas que não sei explicar. Quando você me vem ao pensamento eu riu, me emociono, fico trêmulo, sinto a necessidade de estar perto de você... Sempre."
Verônica lembrou do momento que Nick lhe pediu em namoro na floresta, em Surrey. Henry falou exatamente tudo o que havia dito a Nick.
Com isso ficou um pouco nervosa. Henry também ficou ruborizado com a declaração.
- Desculpa por não poder corresponder às suas expectativas, Verônica. - E foi saindo da sala de música.
Mais uma vez Verônica agiu por impulso e agarrou o braço do garoto e lhe deu um grande beijo.
- Desculpa, Henry... - Verônica suspirou quando se separaram, já Henry parecia atordoado com o beijo. - Desculpa, meu amor!
Verônica pôde ver um brilho intenso nos olhos de Henry.
A primeira vez a garota admitiu a si mesma que estava dividida.  v

terça-feira, 31 de julho de 2012

Capítulo 09

Verônica estava paralisada na frente de Henry e seus amigos. Tinha feito aquilo mesmo? Roubou um beijo de Henry? Na frente de todos?
Droga! E Nick como fica?  Pensou.
Antes que pudesse pensar mais alguma coisa se surpreendeu com Henry chegando mais perto e pondo em suas costas uma mão. Pelo jeito o garoto havia se empolgado e iria retribuir o beijo. Mas Verônica virou o rosto.
- Espera, Henry! - Falou. - Vamos com calma!
- Mas porque? - Perguntou um amigo de Henry. - Estava tão legal.
Henry sorriu, não se contendo de felicidade.
- Você é um pervertido mesmo! Liga não, Verônica. Meus amigos são assim mesmo.
Verônica mais uma vez sorriu minimamente. Henry pensou ser de vergonha pelo comentário do amigo. E não queria mais sequer olhar para os amigos naquele momento. Apenas olhar para Verônica era seu desejo. Ver a garota também o mirando era incrível. Mordeu o lábio, sentindo vergonha, mas querendo mostrar a garota que estava afim de continuar a beijá-la.
- Verônica...
- Henry... - Interrompeu o garoto. - Então... Tenho de ir pra sala de aula. Depois a gente conversa, está bem?
- Está bem! - Henry respondeu com os olhos brilhando e um sorriso muito grande no rosto.
Verônica virou as costas ao garoto, Henry então a chamou mais uma vez.
- Verônica! Então quer dizer que estamos namorando?
A garota mexeu no cabelo e olhou para o lado um breve momento, e então tornou a olhar para Henry.
- Estamos! A menos que não queira. - Respondeu.
Henry ficou bobo novamente, e Verônica então voltou para sua sala de aula. Tentando ignorar os gritos, comentários, risos e piadas que os amigos de Henry faziam com ele, e mais ainda, tentando ignorar o que estava sentindo por dentro.

- O que é que há com você? - Perguntou Annie, sem fôlego, para Mallory. - Você é maluca?
- Maluca é você! - Respondeu Mallory. - O clube do baseado odeia que falem com eles, garota. E se alguém tivesse te ouvido falar sobre o baseado deles, com certeza você entraria numa fria por colocar os três numa enrascada.
- Meu Deus! Nessa escola só tem loucos! - Disse Annie um pouco assustada. - E quer dizer que preciso de senha pra falar com alguém aqui?
- Você precisa é ter cuidado com quem vai falar e o quê vai falar. - Avisou Mallory a garota. - Craig, Donnie e Lorraine formam o grupo mais temido da escola. Não falam com ninguém, a não ser que queiram colar em exames, ou queiram que entregue o dinheiro do lanche... Tipo isso.
- Nossa! - Annie arregalou os olhos. - Eles devem então arrumar muita confusão por aqui, não é?
- O fim do ano passado foi marcado por Craig arrancar um dente de um garoto com um soco.
Annie tapou a boca com a mão.
- E o garoto, quem é?
- Adolfo Melton. Mas ele quis sair do colégio depois disso.
- Caramba! Ainda bem que você me tirou de lá a tempo. Amo meus dentes. - Comentou. - Mas o que você estava fazendo lá?
- Queria falar com você. - Respondeu. - Cecily e eu queriámos que amanhã você se sentasse com a gente no intervalo. A menos que você não queira.
- Eu quero! - Disse Annie, animada. - Mas porque?
- Gostamos de você! Você parece ser da galera.
- Obrigada. - Riu Annie.
- Então está bem! Hora de ir pra aula. Até amanhã então!
- Mas estamos na mesma sala, Mallory!
- Estamos? - Perguntou Mallory, confusa. - Sei lá! Até o intervalo não tinha te notado.
- Estamos. - Respondeu Annie, puxando a garota. - Lembro de não ter assistido a aula por estar distraída olhando seus tênis de caveira. Vamos!
E as garotas foram para a sala de aula conversando sobre os assessórios punk de Mallory. E ao entrarem na sala, viram que o professor ainda não havia chegado. Isso porque muitos alunos estavam em pé, conversando com seus colegas. Mallory chamou Annie para sentar perto dela, e Annie rapidamente aceitou. Pegou suas coisas e foi mudar de lugar. Ao passar por alguns colegas, pisou no pé de uma garota.
- AI! - Falou bem alto. Todos da turma pararam para olhar a cena.
- Desculpa! - Disse Annie, olhando para a garota. Percebeu que havia pisado no pé de Lorraine, a garota com maior fama de briquenta da escola. Annie ficou um pouco apreensiva. Não sabia do que aquela garota era capaz. Também não sabia do que Mallory e Cecily eram capazes, mas pelo menos não havia visto as duas com baseado. - Não tive a intenção.
Lorraine olhou para a garota como se olha para um inseto.
- Novata, não é?
- Sou. - Respondeu Annie. - Porque?
- Por que você então vai ter o prazer de me pagar o lanche pelo resto da semana.
Annie a olhou intrigada.

Verônica ouviu durante o restante das aulas seus primos James e Lion fazerem brincadeiras sobre ela e Henry, depois de ter contado o que aconteceu a eles. E percebeu também que Cecily, a garota gótica, a olhou feio, pelo menos nas três vezes em que, movida por muito tédio, Verônica se obrigava a olhar para qualquer coisa na sala menos a explicação do professor. E então foi salva pelo fim do dia letivo. Mas não conseguiu fugir de Henry, que a esperava na saída. Ele disse que queria sair com ela. Então marcaram de se encontrar depois do jantar.
A noite, quando todos estavam terminando de comer a lasanha da Farrah, Verônica anunciou.
- Gente, avisando pra vocês que vou sair com o Henry.
Lion olhou para James e Ryan, sorrindo maliciosamente.
- Aposto que Verônica não chega antes das 10! - Falou baixo para os garotos.
- Está apostado! - Disse James. - 5 libras.
- Verônica! - Chamou Farrah. - Foco no agora, garota! O passado deixa pra o museu.
Verônica sorriu para a amiga.
- É irmã. - Disse Annie. - Seja feliz. Se permita amar novamente. Não dê espaço para os fantasmas do passado.
E beijou a bochecha da irmã, que retribuiu dando-lhe um abraço forte. Saindo então ao encontro de Henry.
Verônica estava dobrando a esquina da rua, quando viu a lua. Grande. Bela. Magnífica... E solitária naquele céu sem estrelas. Verônica não deixou de reparar em um pequeno prédio de aspecto abandonado, a umas cinco ruas, que ficava exatamente abaixo da lua.
A garota olhou um momento para a lua e para o pequeno prédio. Então a garota não pensou duas vezes, desviou seu caminho de encontro a Henry para aquele lugar.
Ao chegar no prédio, viu que ele estava abandonado, e muito sujo. Havia todo tipo de sujeira na entrada. Então foi até a lateral do prédio e viu a escada de emergência, e subiu até o topo.
A visão era muito bonita. Uma pequenina parte da cidade dava para ser vista do local. Mas nada era mais linda que a lua, que parecia estar maior. Verônica pegou seu MP3 e pôs alguma música para guardar aquele momento. Selecionou "Hideaway" de The Corrs. Nesse momento a garota sentiu o vento no rosto e fechou os olhos por um momento.
Parecia que estava sendo carregada para outro lugar. E então tornou a abrir os olhos, lentamente. O que viu em seguida parecia não ser real.
Verônica estava na pequena floresta em Surrey.
Não conseguiu olhar para lado algum, apenas se perguntou o que estava fazendo alí. No momento seguinte ouviu risos. Muitos risos.
Verônica conheceu os tais risos no ato. Viveu muito tempo tendo pesadelos com aqueles risos. Lembrou que nos seus pesadelos, ela os ouvia e por mais que procurasse saber de onde vinham nunca os encontrava. Mas aquilo era um pesadelo? Não podia! Ela estava a 5 minutos andando pela rua.
Começou a chorar de angústia. Mas não se mexia de modo algum. E passado um momento percebeu que atrás de uma árvore que estava a sua frente, uma pessoa a observava. Ela percebeu que era um garoto. E esse garoto ria de felicidade.
- Verônica! - Disse o garoto rindo.
Mas Verônica não o reconheceu, pois não dava para ver o seu rosto.
- Verônica! - Disse o garoto novamente, rindo. Desta vez ele saiu detrás da árvore e Verônica reconheceu as roupas. Eram as roupas que Nick estava vestindo no dia em que foi embora. Mas o garoto era alto. Não era mais um garotinho.
- Nick! - Chamou. - Nick! É você? É você, Nick? É você, meu amor?
O garoto então correu a seu encontro, sem responder a pergunta. Verônica se assustou. Não podia ser Nick, não daquele tamanho. Mas se não era ele... Quem seria? Não podia ser outra pessoa! E quando o garoto estava chegando perto dela, seus olhos se fecharam. Ao abrir, Verônica havia voltado ao lugar que estava.
Ela estava do mesmo jeito que estava quando fechou os olhos, mas trêmula.
No momento seguinte, chorou descontroladamente.
Será se nunca se libertaria desse passado? Será que Nick nunca a deixaria? E será que ela queria que ele a deixasse? Será que nunca deixaria os fantasmas do passado?
Verônica não suportou aquela angústia que a estava consumindo, e sentou no chão imundo pondo as mãos no rosto, ainda chorando.

Tema do episódio: "Hideaway" de The Corrs


♪ Músicas online grátis! Acesse: www.powermusics.com

domingo, 15 de julho de 2012

Capítulo 08

Annie entrou na sala do diretor ainda sentindo uma louca vontade de agarrar Cecily pelos cabelos. Ela estava sendo segurada pelo braço. Cecily estava mais atrás com cara de ódio reprimido, ao lado de Mallory, que por sua vez estava com cara de "Minha Nossa!".
- Senhor Diretor... - Disse o homem que segurava Annie ao entrar na sala, mas viu que a sala estava vazia. - Onde está ele?
- E a gente é que sabe? - Disse Cecily.
- Não seja mal-educada, garota! - Ralhou o homem com Cecily. - Vou ter de procurá-lo. E vocês não tornem a brigam. Você de cabelo vermelho... Você olha elas aqui, não demoro!
E saiu, deixando-as. Annie olhou para as garotas, e viu que Cecily estava olhando-a com raiva, enquanto passava a mão no cabelo, que estava bagunçado por conta da briga.
- Olha... Admirava vocês por conta dos seus estilos - Começou a falar Annie. - Mas não sabia que vocês eram tão estúpidas. Não se fala com alguém daquela maneira.
- Ei! Eu não te fiz nada! - Disse Mallory.
- Desculpa! É que... Sei lá, estou com raiva do comportamento da sua amiga!
As garotas se calaram um momento. Depois Cecily disse.
- Ninguém nunca me enfrentou. Ou me bateu na escola.
- Verdade! - Disse Mallory com um sorriso. E se voltou para Annie. - Você foi a primeira!
Annie apenas olhou para as garotas.
- Acho que a gente intimida as pessoas, não é, Cecily? - Perguntou Mallory.
- É. - Respondeu Cecily. - Mas acho até bom. Porque não gosto de me socializar muito. Sou muito reservada.
- Mas agora você vai ser o comentário de muita gente na escola. - Disse Mallory. - Mais do que já é!
- E o que os outros falam de vocês? - Perguntou Annie.
- Dizem que somos estranhas, loucas, bruxas... - Informou Mallory.
- Mas somos únicas! - Disse Cecily. - Fazemos o que queremos, não estamos nos importando com os outros... Afinal, os outros são os outros.
- Legal! - Disse Annie.
As garotas olharam para Annie um instante.
- Você é bonita! E parece ter coragem pra fazer muita coisa! - Disse Mallory. - Mas não tem estilo!
- Como assim... - Perguntou Annie. - Não tenho estilo?
- Você é normal demais! - Explicou Cecily. - Você tem de encontrar um estilo em que você se encaixe.
- Você parece com as demais garotas da escola. - Disse Mallory. - Eu e Cecily temos nossos estilos. Olha, Cecily é gótica, por ser reservada. Eu sou punk por não aceitar todas as coisas da vida, por ser um pouco explosiva, mas não tão reservada. Você tem de encontrar um estilo.
- E aí andaria com vocês? - Perguntou Annie.
- Claro, adoraríamos! - Disse Mallory. - Você tem coragem. Tem personalidade. É decidida. Mas não gostamos de quem não tem um estilo. Você tem de mudar!
- Está bem! - Disse Annie.
E passaram mais um momento caladas. Annie olhava para o chão, e sorria. Mallory voltara-se para Cecily, que estava passando a mão pela bochecha.
- Belo tapa! - Admirou-se Cecily, falando para Annie, rindo. - Você quase acabou comigo!
As garotas sorriram. E apesar de o momento ser estranho, uma amizade nascia entre Annie e as "esquisitas" da escola.

Verônica voltou ainda um pouco abalada pelo que Henry havia lhe dito. Mas mesmo que quisesse começar algo, Nick não saía do seu pensamento. Parece que agora a imagem do garoto estava mais nítida em sua memória. E queria? Queria começar algo com Henry? A confusão em seu coração estava fazendo a garota sentir uma dor forte no peito. Ela lembrou dos momentos conjugados no passado mais que perfeito que viveu com Nick. Como deixar isso pra trás? Mas sabia que Henry podia fazer "sarar" as feridas que Nick havia deixado em seu coração. Afinal, Henry era uma boa pessoa, além de ser bonito. Mas como? Como poderia?
Verônica então chegou a mesa onde seus primos e Farrah estavam, com uma expressão confusa e amargurada, mas do que ela já era.
- O que aconteceu, Verônica? - Perguntou Farrah. - Você está bem?
- Não. - Respondeu. - Não estou!
- E o que foi? - Perguntou Ryan.
- Alguém te fez alguma coisa, prima? - Perguntou Lion.
- Conta! Vamos acabar com quem fez mal a você! - Disse James.
Verônica sentiu vergonha. Mas ela pensou que os primos estavam sendo tão gentis com ela e Annie, que era até grosseira ser tão misteriosa com eles.
- Henry me pediu em namoro! - Informou Verônica.
Todos ficaram de olhos arregalados. E depois de um tempo olharam uns para os outros e riram. Mesmo Verônica demonstrando não estar achando graça.
- Que bom, Verônica! - Disse Ryan, quando acabou de rir. - Henry é um cara muito legal. Posso te dizer isso, afinal, ele é meu amigo!
Verônica balançou a cabeça, confusa. Farrah entendeu que era o tal do Nick que não havia saído da cabeça da garota.
- Verônica... - Farrah começou a falar para a amiga, mas de um jeito que os garotos não entendesse tudo. - Acho que você deve dar uma chance ao amor! Você não tem de ficar assim, sozinha. Você é uma garota jovem, bonita, e legal e se acaso algo que aconteceu ainda te incomoda, está na hora de deixar no passado. Viva o presente. E esse presente se chama Henry.
Os garotos as observavam por um momento,calados, tentando entender o que Farrah havia dito. E então James rompeu o silêncio.
- Não entendi o que Farrah disse, Verônica. - Falou olhando para a amiga, e depois para a prima. - Mas vá atrás de Henry, ele parece ser legal!
- É, Verônica! - Disse Lion. - Nem que seja pra dizer pra ele te deixar em paz, ir procurar outra... Ou ficar na mão.
Verônica se intrigou com a frase de Lion, por não entender o seu real significado. James abafou um risinho. E Ryan e Farrah jogaram papeis amassados em Lion, rindo.
- Vocês estão certos! - Disse Verônica, se levantando. - Vou atrás de Henry.
E saiu.
- Mas você não disse o que vai fazer! - Gritou Lion, se levantando. - Vai ficar com ele ou não vai?
Verônica não ouviu.
- É, irmão. Agora é esperar e ver o que vai dar. - Disse Ryan.

Annie estava saindo da sala do diretor, já haviam conversado com ele, Mallory, Cecily e ela.
As garotas prometeram que não iam mais brigar na escola. Pediram até desculpas uma para as outras. Annie saiu pensando em como seria sua amizade com Mallory e Cecily, e se mudaria seu estilo.
Nisso ela estava na altura da quadra de esportes, pensando em tudo o que as garotas haviam lhe dito.
- Será se eu mudo de estilo? - Falou para si mesma. - E se mudar. Pra qual vai ser? Será se vão me chamar de esquisita? Mas quer saber? Não estou nem aí... Nunca dei a mínima para o que falam de mim?
E então um grupo de três estudantes passaram correndo por ela. Eles pareciam transgressores, a julgar pela aparência dos três. Não que eles aderissem a estilos que nem Mallory e Cecily, mas porque eles não estavam ajeitados, como os demais estudantes, na verdade estavam com o fardamento todo torto, amarrotado, um pouco amarelado em certos pontos e ainda estavam com suas mochilas, sujas e abertas.
Annie ouviu a única garota do trio, que era um pouco mais alta que ela, e de cabelos crespos loiros e sujos.
- Ainda bem que inventaram o canivete! - Disse rindo para os dois garotos que a acompanhavam. - Serve até para abrir fechaduras.
Os garotos riram com o comentário. E o garoto maior, de cabelos loiros escuros, e que parecia ser o líder do grupo, disse.
- É verdade, Lorraine! Mas o Donnie aqui... - Disse, ainda rindo, como se debochasse, apontando para o outro garoto da mesma altura, esse por sua vez, parecia ter descendência latina, a julgar de sua cor parda, e cabelos castanhos. - Disse pra termos cuidado. Senão vamos ser descobertos!
- Idiota! - Disse Lorraine. - Como se os outros não nos culpasse por todas as coisas que acontece aqui nesse manicômio, não é Craig?
O líder do trio concordou.
- Verdade! - Disse. - Dizem que tudo é culpa da gente!
- E o pior é que é verdade!  Disse o rapaz latino, Donnie.
E os três riram alto. Annie percebeu que os três eram desbocados. Tanto pelo tom que falavam, pelo jeito que andavam, e pelo jeito que sorriam.
Eles estavam a uma certa distância, quando a garota viu um saquinho pequeno. Com certeza eles deixaram cair. A garota pegou-o e falou um pouco alto.
- Ei! Você deixaram cair o seu... - E olhou um momento para o que havia no saquinho. E depois continuou, mas em tom normal. - Baseado!?!
Alguém tapou sua boca com violência e a carregou até um lugar em que ninguém pudesse vê-los. Annie não sabia quem era que a estava puxando. Depois viu que era Mallory.
- Fala baixo! Quer que alguém escute que Craig, Lorraine e Donnie entraram na escola com baseado? Eu não ia querer!
A garota falou num sussurro.

Verônica estava aflita, procurando Henry, no meio de tanta gente que ia e vinha, de um lado a outro. Ainda se perguntando se teria a coragem de deixar Nick para trás ou não.
Seu coração batia mais acelerado a cada passo, e alguns minutos depois, a garota ouviu a sineta tocar. Ela tinha de voltar a sala de aula.
Mais uma vez uma multidão passou por ela, apressada indo em direção às salas. Foi quando Verônica viu Henry, que estava com um grupo de amigos, mas apesar de todos estarem sorridentes, ele parecia triste. Verônica tentou passar pela multidão, tropeçando, esbarrando, correndo, até chegar ao garoto.
- HENRY! - Chamou. - HENRYYY!!!
E viu os amigos do garoto olharem para ela, e logo depois começaram a abafar risinhos.
- Henry, a gatinha quer falar com você! - Avisou um amigo dando um tapinha nas costas do garoto que tomou um susto ao se virar e ver Verônica.
- Henry... - Verônica disse, ofegante. - Preciso falar com você!
- S-Sim! - Henry parecia muito nervoso. - O q-que f-foi, Verônica?
- Tenho uma resposta a sua pedido!
Henry se arrepiou.
- E-E q-qual é?
Verônica semicerrou os lábios. Pensou em Nick mais uma vez. Tremeu um pouco. Teria coragem de fazer isso, deixá-lo para trás? Se sim ou se não ela não saberia. No momento seguinte, na frente dos amigos de Henry ela tomou uma atitude impulsiva, a primeira vez depois de muito tempo.
Ela o agarrou pelo colarinho e o beijou.
Os amigos de Henry olharam uns para os outros e riram, maliciosamente. Verônica ainda pôde ouvir um "Que cara de sorte! Esse nasceu virado pra Lua!"
Henry tremeu. Sentiu-se o cara mais feliz do mundo. Pôde até ouvir fogos de artificio em seu interior.
Verônica, após um momento, se afastou um pouco de Henry, ainda com as mãos em seu colarinho. Deu um sorriso mínimo.
- Isso responde sua pergunta? 


domingo, 8 de julho de 2012

Capítulo 07

- É... Henry tenho de entrar na sala de aula. - Disse Verônica.
- Ah,sei... Não quer perder a explicação do professor, não é? - Disse Henry olhando para a sala vazia e voltando-se para a garota em seguida.
- Olha, Henry...
- Olha você, Verônica! - Henry se encheu de coragem. - Naquele dia eu fiquei muito nervoso, mas depois de tanto tempo, eu estou mais seguro pra te falar uma coisa.
- O que?
- Desculpas pelo o que aconteceu. Eu sei que pode ter sido errado o que fiz, porque você tinha acabado de me contar todo o seu sofrimento por causa daquele garoto, mas não pude deixar de te beijar.
- Só não entendi por que você fez aquilo.
- Verônica, também não sei. Acho que era porque havia ficado comovido com sua história, e quis fazer você mais feliz.
Verônica o olhou com incredulidade.
- Como? Você queria me fazer mais feliz?
- É que... - Henry ficou um pouco nervoso. - É que você... Quero dizer... Eu... Eu achei que você precisava de alguém pra fazer sarar seu coração.
- E esse alguém que sararia meu coração seria você?
- Sim, seria eu.
- Certo. - Verônica começou a caminhar para sair dali. - Até mais, Henry.
- Não, por favor! - Disse Henry segurando o braço da garota. - Verônica, escuta!
- O que, Henry? Você acha que uma pessoa pode substituir outra?
Henry ficou calado. Verônica deu um passo para sair dali. Henry impediu ela de sair dali .
- Verônica, me escuta! - Falou apreensivo. - Nunca mais te beijarei, está bem?
Verônica olhou nos olhos do garoto. Henry se arrepiou.
- Verônica, não te beijarei mais! Mas, por favor. Não afaste-se de mim. Gostei muito de você. - O garoto se arrepiou novamente e pensou um pouco antes de dizer. - Gostei de sua amizade. Você é uma garota legal. Não te beijo mais, e você volta a falar comigo. Está bem? Por favor.
Verônica olhou para Henry um momento, pensativa.
- Não posso responder agora. Pode ser depois?
Henry olhou para a garota. Pensou na tortura que iria ser esperar pela resposta, mas concordou.
- Está bem! Então até mais, Henry. - Disse Verônica deixando o garoto para trás.
- Até mais. - Murmurou Henry, vendo a garota sair.
Ao se virar para sair dali, Henry esbarrou em alguém. Era uma daquelas garotas que Annie havia ficado admirada, essa estava com um estilo gótico, usando muitos acessórios pretos, tinha a pele pálida, e os cabelos cacheados negros, de pontas tingidas com um tom muito loiro. Estava acompanhada de sua amiga, que estava com um estilo punk, com muitos acessórios coloridos, e estava um pouquinho mais corada, com os cabelos vermelhos, raspados nas laterais e um franjão.
- Não olha pra onde anda? - Disse a garota gótica.
- Desculpa. - Disse Henry.
Quando a garota viu Henry, se calou na hora. Henry nem sequer a olhou. Saiu logo dali, e largou a rosa que pretendia dar a Verônica. E a garota ficou parecendo petrificada. A garota punk olhou Henry desaparecer e depois olhou para a amiga.
- Idiotas, nunca olham para onde andam! - Disse. Então recomeçou a caminhar, mas percebeu que a amiga estava no mesmo lugar, do mesmo jeito. - Cecily, você vem ou não?
Cecily pareceu "acordar".
- Acredita em momento de transe, Mallory? - Perguntou.
- Só em outros lugares, nessa escola tediosa não haveria condição de acontecer esse momento. - Respondeu, puxando Cecily pelo braço, que se desvencilhou e foi pegar a rosa que Henry havia deixado para trás. Só então as garotas sairam dali.

Passou quase uma hora e então as aulas começaram. Todos os alunos estavam em suas salas. Verônica sentou-se perto de James e Lion na aula, mas quase não se falaram. Embora James e Lion conversassem e rissem com muita frequência, Verônica não sentia a menor vontade de participar da conversa.
Quando chegou a hora do intervalo, Verônica, James e Lion se reuniram a Annie, Ryan e Farrah.
- E aí, gostaram das aulas? - Perguntou Ryan.
- Gostamos das novidades. - Respondeu Lion. - Sabia que o Ernest está namorando com a Misha?
- Aquela garota? - Admirou-se Farrah. - Meu Deus! Ela já ficou com metade da escola.
- Dessa escola. - Disse James, rindo. - Imaginem as outras.
- Quem é essa Misha? - Perguntou Annie, curiosa.
- Uma galinha lá da sala. - Respondeu James.
- Eu já fiquei com ela. - Informou Lion.
- Mas ela disse que o Lion salivava demais. - Riu James.
- Eca! Lion... - Disse Annie. Porém a garota se calou.
Cecily e Mallory passaram pelo grupo e Annie disse aos outros logo após.
- Achei essas garotas demais! Vou até lá falar com elas.
Verônica olhou para as garotas sem muita importância, depois olhou para Annie. Porém, Farrah disse.
- Annie, essas garotas são estranhas. Cuidado!
- O que elas podem fazer comigo, Farrah?
- Não sei... Só acho que...
Mas Annie não escutou o que Farrah achava ou não, tinha se levantado e ido falar com as garotas.
- Oi! Sou Annie Watson.
- E daí? - Perguntou Cecily.
Annie boquiabriu-se.
- E daí o que? - Respondeu. - Eu venho te cumprimentar e você me pergunta "E daí?"
- Desculpa, Annie... É Annie, não é? - Disse Mallory. - Então, desculpa, é que a Cecily é muito reservada.
- Reservada? - Perguntou Annie. - E reservada agora é sinônimo de bossal ou otária... Ah, esqueci de idiota também!
E então Annie lhes deu as costas, mostrando raiva da garota. Porém mal deu dois passos, Cecily avançou em Annie, puxando-lhe os cabelos.
Quando o resto dos estudantes perceberam que estava acontecendo uma briga, todos correram. Não separaram, ficaram gritando.
- Annie está sendo atacada! - Disse Lion.
Annie conseguiu se soltar de Cecily e lhe deu um tapa tão forte que a garota caiu no chão.
- EU TE MATO, SUA IMBECIL!
Annie subiu em cima da garota e as duas ficaram se estapeando por uns 5 minutos. Annie não se deixou intimidar por conta do estilo da garota. Puxou muito o cabelo de Cecily, e lhe deu tapas na cara.
Quando chegou um professor para separá-las, James disse.
- Separa não! A Annie está acabando com ela!
- Briga de mulher é muito legal! - Riu Lion.
- Vamos, valentonas! - Disse o homem. - Quero ver se explicarem à diretora.
E as levou. Mallory também foi com eles. E Verônica aí também, mas uma mão a puxou.
- Verônica! - Henry estava parecendo aflito. - Você já tem a resposta?
- Henry, minha irmã foi levada à diretoria no primeiro dia de aula... - Começou Verônica. - Você quer que eu te responda isso agora?
- Preciso, pra ser mais exato!
E puxou Verônica mais forte.

Quando chegaram na quadras de esporte, Henry olhou para Verônica, e respirou bem fundo.
- Verônica! Não consigo viver sem você!
- O que? - Verônica arregalou os olhos.
- Olha, te beijei... Te beijei porque estou apaixonado por você! E por favor, não ignore isso o que estou sentindo. Nunca fui tão sincero assim na minha vida! É sério.
Verônica ficou calada um momento.
- Henry... Olha... - Verônica tomou fôlego. - Não vou ignorar o que sente... Mas é que eu amo o Nick.
- EU SEI, OK? - Henry gritou, assustando a garota. Então deu as costas a ela um momento, depois olhou para ela, suplicante. - Mas fica comigo! Não peço pra esquecer o Nick... Mas você tem de se desligar um pouco disso, vai ser até bom pra você...
Henry então chegou mais perto de Verônica.
- Por favor, pensa nisso!
- Mas...
Henry pôs o dedo nos lábios de Verônica, calando-a.
- Pensa primeiro! Pensa sobre tudo! Pensa no que será melhor pra você... Voltar a viver... Ou fique na escuridão, a espera desse Nick pra acender a luz pra você.
Verônica ficou um pouco calada, apenas olhando para Henry.
- Mas e se o Nick... - Verônica começou a falar, mas Henry a calou de novo.
- Não estou pedindo pra você pensar em um futuro incerto... - Henry olhou bem fundo dos olhos da garota. - Estou pedindo pra você pensar no seu agora e em como será seu futuro.
Verônica ficou calada. Henry olhou ainda alguns momentos para a garota, e então saiu, deixando-a pensativa. Talvez Henry tivesse razão. Mesmo que Verônica desejasse que Nick voltasse, havia uma grande porcentagem desse desejo nunca se tornar real. 

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Capítulo 06

Henry sentiu vontade de eternizar aquele momento. De longe foi a sensação mais gostosa que um dia já experimentara. O gosto de Verônica era o mais doce possível. Foi o que o garoto pensou, tanto era que chegou a tremer um pouco. Mesmo assim a beijava loucamente, fervorosamente. Pôs uma mão nos cabelos da garota, mas dois segundos depois Verônica o empurrou. Henry olhou para a garota com cara de "O que foi isso? Foi um sonho?" e então recebeu um tapa em sua cara. Verônica o olhou com um misto de fúria e incredulidade.
- O QUE FOI ISSO? - Gritou a garota, começando a lacrimejar. - COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO? EU CONFIEI EM VOCÊ? TE CONTEI MINHA HISTÓRIA COM NICK. VOCÊ TOMOU CONHECIMENTO DA MINHA TRISTEZA... E AGORA SE APROVEITA DE MIM?
- Verônica... Não foi isso... - Henry começou a justificar, ficando nervoso. - É que eu...
- É QUE VOCÊ É UM COMPLETO IDIOTA!
- Não. Deixe eu me explicar... - Henry chegou mais perto da garota, que se afastou.
- NÃO, VOCÊ NÃO PRECISA SE EXPLICAR. - Verônica passou a mão na boca, mostrando nojo do beijo. - VOCÊ SÓ PRECISA FICAR LONGE DE MIM.
- N-Não. Verônica, não. - Henry ofegou, e estendeu a mão a garota. - Deixe eu me explicar...
- NÃO. NUNCA MAIS FALE COMIGO, HENRY.
E saiu correndo dali, deixando Henry em um silêncio sufocante. O garoto sentou-se no banco mais próximo, ainda ofengante.
- Idiota. É isso o que você é Henry. Um idiota. - Falou para si mesmo. Então começou a bater o punho na sua coxa, com força, e depois deu tapas em sua própria face, mostrando-se indignado consigo. - Você estragou tudo, idiota!

Ryan, James, Lion e Farrah estavam na sala comentando alegremente um programa que assistiam.
- O cara é otário! - Comentou Lion. - Vai procurar namorada em programa de auditório.
- Existe gente pra tudo, meu caro. - Disse Ryan.
- Muitos vão nesses programas para obterem seus minutinhos de fama, se querem saber minha opinião - Disse James.
- Obrigado, pezão. Mas não queremos saber sua opinião. - Disse Lion para James, rindo.
James riu, e pegou logo em seguida uma almofada e jogou em Lion.
Ryan e Farrah riram junto com os garotos.
Verônica entrou apressada, fazendo todos a olharem com cara de assustados.
- O que foi que aconteceu, Verônica? - Perguntou Farrah, preocupada, assim que percebeu que a garota chegou chorando. - O Henry fez alguma coisa com você?
- O Henry? - Ryan olhou de uma garota a outra. - Mas o Henry não faz mal a uma mosca.
Farrah se aproximou de Verônica.
- Garota, fala! O que foi que aconteceu?
Verônica começou então a chorar silenciosamente. Farrah percebeu que a coisa era séria. Pegou na mão da garota e se voltou para os garotos.
- Desculpem! Mas isso é papo de mulher. Vamos para o quarto. Lá a gente conversa.
E a levou para seu quarto.

Annie estava lendo uma revista quando as garotas entraram. Olhou para a irmã, depois para Farrah.
- O que aconteceu?
Verônica correu e abraçou a irmã. Pareceu que ela nunca havia ficado chateada com Annie. Passado alguns segundos, Verônica, começou a chorar e quebrou o silêncio.
- Annie, o Henry me beijou.
Annie se boquiabriu. Farrah no entanto olhou para a garota intrigada.
- Mas o porquê do motivo do choro? O Henry é lindo. Ele é um dos caras mais cobiçados do colégio, e ele...
- E ELE NÃO É O NICK! - Gritou Verônica, voltando-se para Farrah.
- Nick? - Perguntou Farrah um pouco assustada. - Que Nick?
- O amor antigo e não superado de Verônica. - Respondeu Annie.
Farrah foi até a cama em que as garotas estavam sentadas e olhou para Verônica amigavelmente.
- Eu sabia!
- Sabia o quê? - Perguntou Verônica.
- Que você estava assim por causa de um garoto.
- Como? - Perguntou Annie.
- Também já gostei de um garoto, mas nos deixamos.
Verônica limpou uma lágrima e olhou para Farrah.
- Por que vocês se deixaram?
"Porque ele teve de mudar de cidade. E eu vim pra cá para não sofrer tanto pelo fim do nosso namoro. Confesso que nos primeiros dias achava que morreria. Até que o tempo passou, conheci outras pessoas, fiquei com outros caras, passei a pensar menos nele. Hoje lembro dele com saudade. Mas não me prendo ao passado. Quero viver, curtir a vida, fazer faculdade de Direito. A vida é tão bonita. Não podia sofrer a vida toda por causa de uma pessoa e esquecer de mim. E acho que você não devia fazer isso com você. Se for para o tal do Nick ficar com você, ele vai voltar pra você. O que é verdadeiro sempre volta pra gente. Não deixe as oportunidades passarem. "
Verônica sorriu para Farrah, mas ainda chorava.
- Vem cá! - Chamou-a então para um abraço. - Obrigada por tudo. Obrigada mesmo, Farrah.
- Eu disse a você que pode contar comigo, não foi? - Falou Farrah a garota. - Vou estar sempre aqui. Amigas são para isso.
Verônica chorou mais. E então contou às garotas como foi o encontro com Henry, contou a Farrah da sua história de amor com Nick, sobre o beijo, o que sentiu com tudo. A garota não conseguia acreditar que, havia conseguido uma amiga e que havia beijado um outro garoto, tudo isso depois de 8 anos que Nick se foi.

O dias se passaram, as férias estavam acabando. Era hora de voltar a escola. Só que, para Verônica e Annie era tudo novo.
Verônica, que já estava com um uniforme azul claro e de detalhes amarelos, se penteava quando Annie entrou no quarto e disse, animada.
- Vamos, Verônica! Hora de irmos para a escola.
Verônica olhou-se no espelho um instante, depois desceu as escadas onde sua irmã, seus primos, e sua amiga a esperavam, e então saíram.
Caminharam um pouco até a parada de ônibus. Esperaram alguns minutos e então partiram.
Ao chegar na nova escola, que para Annie superava todas as espectativas, Verônica sentiu um frio na barriga. Tudo era muito diferente do ela estava acostumada. Era muito grande, muito organizado, as pessoas estavam muito bonitas e arrumadas, muitos estavam no pátio, conversando sobre suas férias.
- É, Verônica, você vai ter de se socializar. - Disse Annie ao pé do ouvido para a irmã.
Verônica de fato era a menos alegre e arrumada criatura do lugar.
- Olha, Lion! O Anderson! - Apontou James para um rapaz que estava conversando com um grupo de colegas. - Vamos lá!
- Ihh, é mesmo. - Lion se voltou para os outros. - Galera, James e eu vamos conversar com um conhecido nosso. Até mais!
E saíram.
- E assim começam as primeiras interações do ano. - Comentou Farrah, em seguida olhando para Verônica e Annie. - É uma pena que não estudarei com uma de vocês.
Annie estava calada, observando umas garotas que acabavam de entrar na escola.
- Quem são elas? - Perguntou Annie, admirada com duas garotas, que apesar de estarem fardadas, tinham estilos diferente dos demais, seja por conta dos adereços (Uma com colar preto com pingentes de caveira, a outra com um maxi colar de crucifixo, ambas usando vários anéis nos dedos e pulseiras. Uma tinha as pulseiras pretas, a outra com muitas cores escuras. Usavam também ao invés de meias pequenas, meias arrastão rasgadas, uma usava as meias pretas, a outra usava uma meia de cor vermelha e a outra meia azul.)
- Mallory e Cecily. - Respondeu Ryan. - São conhecidas por toda escola por serem donas de estilos punk e gótico.
- As acho originais. - Disse Farrah. - Só que elas não são muito de falar com ninguém. Elas ficam na delas, sozinhas. Só vi uma vez elas com o Craig, o Donnie e a Lorraine.
- E esses quem são? - Annie ainda as olhava, admirada.
- São a trio barra pessada da escola. - Informou Ryan. - Sugiro que fique longe deles. Eles arrumam muita confusão aqui.
- E falando neles, será onde estão? - Perguntou Farrah, olhando para os lados. - Devem estar matando aula.
- No mínimo. - Disse Ryan.
- Ai, mas aquelas garotas... Adorei elas! - Disse Annie. - Corajosas. Isso é o que elas são por mostrar o seus estilos.
- É, não posso negar. - Disse Ryan. - E lembrando que Mallory vai estudar com você, e Cecily com Verônica.
- O que você achou Verônica? - Perguntou Annie, um pouco ansiosa com tudo, amizades, garotos, a nova escola.
- Achei que já devia estar na sala de aula. - Verônica não conseguiu esconder seu nervosismo por tudo o que a irmã estava ansiosa.
- Até mais, Verônica! - Disse Ryan. - Nos encontramos no intervalo.

Verônica estava a caminho da sua sala de aula. Passava por bancos que ficavam em frente de cada sala.
Ao se aproximar da sua sala, avistou alguém sentado no banco. A garota pulou de um susto. Era Henry.
- Verônica! - Falou. - Estava esperando você chegar... Temos de conversar.
A garota reparou que o garoto tinha uma rosa vermelha em sua mão.

domingo, 24 de junho de 2012

Capítulo 05

Henry se assustou com a cena. O que poderia ter acontecido para a garota estar daquele jeito em uma festa?
- O que está acontecendo com você? - Perguntou. - Porque está chorando?
- Por favor me tira daqui, Henry! - Verônica suplicou, as lágrimas caindo.
- Vamos! Antes que alguém note. Mas você irá me contar o motivo desse choro.
E levou-a para longe daquela festa.

- Eu vou matar a Annie! - Verônica soluçava. - Como ela pôde fazer isso comigo?
Eles estavam em uma pracinha próxima à casa de Verônica. Estava deserta, e pouco iluminada. Henry tirou um lenço de seu bolso e entregou-o a garota. Verônica agradeceu.
- Você não me disse ainda o que aconteceu. - Disse Henry olhando ternamente para a garota. - Eu entenderei se não quiser dizer. Mas vou ficar aqui com você.
- E a festa? Seus amigos? - Perguntou a garota, olhando com os olhos vermelhos para Henry. - Se quiser pode voltar.
O garoto apenas deu de os ombros. Verônica achou simpática a atitude de Henry.
- Não vou deixar você sozinha, chorando. - Disse Henry.
- Obrigada! - Disse Verônica enxugando uma lágrima. - Está bem. Vou te dizer porque aconteceu isso.
A garota suspirou.
- Annie me empurrou pra o primeiro otário que ela viu na festa...
- Mas as pessoas costumam ficar nas festas. - Interrompeu Henry.
Verõnica olhou para Henry.
- Mas eu não sou dessas que ficam com qualquer um. - Explicou. - Odeio isso! Pra mim, para beijar alguém tem de ter sentimento, não só atração física. A gente tem de conhecer a pessoa primeiro, saber que ela é a pessoa certa.
A garota lembrou-se de Nick, e novamente começou a chorar.
- E o cara... O que ele falou com você? - Perguntou Henry. - Ele deve ter sido no mínimo grosseiro.
- Ele me puxou até um quarto da casa e disse que não precisávamos conversar. - Contou Verônica novamente limpando as lágrimas. - E quis me beijar. Eu disse que não, mas ele tento me agarrar a força.
- E o que você fez?
- Ora, dei uma joelhada nas suas partes e sai. - Disse Verônica, limpando mais uma lágrima. - Antes de eu sair do quarto, voltei e dei-lhe um soco na cara.
Henry boquiabriu-se. Verônica olhava para o chão. Henry se endireitou.
- Eu também acho que só devemos ficar com alguém por sentimento. Não há nada melhor que beijar alguém que a gente goste.
E olhou para a garota, sentindo uma louca vontade de lhe beijar.
- E você tem namorada, Henry? - Perguntou Verônica, ainda chateada.
- N-Não! - Respondeu Henry, gaguejando. - E-Eu-Eu já namorei umas duas vezes, mas faz um tempo. E v-você?
- Eu...
- O que estão fazendo aí? - Um guarda estava fazendo uma ronda e os viu. Os garotos olharam. - Não é hora de crianças estarem na rua! Vão embora!
- Estamos indo! - Disse Henry se levantando, e em seguida tomou coragem. - Vamos, Verônica! Amanhã você me conta a sua estória.
Verônica o olhou.
- Te pego as 6.
E saíram dalí sem Verônica ter respondido se ia ou não. Henry não acreditou que disse aquilo. Tomou o silêncio da garota como um "sim". Então ele levou Verônica para casa, e foi embora, dançando esquisitamente, como se tivesse levado um choque elétrico.

Verônica acordou no dia seguinte as 9 da manhã. E no primeiro instante pensou que o que aconteceu na noite anterior tinha sido um pesadelo, mas logo que desceu e viu a cara preocupada de Annie teve certeza que foi sim um pesadelo, mas tudo, de fato, havia acontecido.
Todos estavam a mesa conversando, e quando a garota sentou-se logo Farrah comentou com Lion e James.
- Garotos, vocês estavam fazendo disputa para ver quem ficava com mais garotas?
- Sem contar que Lion ficou com Alícia Nixlon umas 3 vezes. - Comentou James.
- É que tirando as garotas que estão nesse recinto, eu peguei todas as que estavam na festa ontem! - Informou Lion.
James pôs a língua pra fora e a mão no pescoço. Com se estivesse passando mal.
- O que aconteceu, James? - Ryan levantou-se da sua cadeira e foi ao irmão quando o viu daquele jeito. - Você está tendo alguma coisa?
- Não! - Respondeu James, ofegante. - É que eu acho que Alícia passou para a minha boca um chiclete que estava ela estava mascando na hora do beijo...E o chiclete era do Lion. O idiota é o único que compra aquele chiclete de gengibre e ervas. EEEEECA!
- Eu passei pra ela mesmo! - Riu Lion. - Você gostou do sabor do chiclete com saliva de Lionel Watson?
Farrah e Ryan riram juntos com Lion. Farrah então olhou para Annie que estava um pouco sem graça, e depois para Verônica.
- E o porquê dessa cara, Verônica? - Perguntou. - Soube que você trocou saliva com o Mark Sullivan. Não gosto?
- Não gostei! - Respondeu Verônica, muito séria, encarando Annie. - Odeio que os outros me pressionem ou resolvam as coisas por mim.
Todos se calaram. Pelo visto Farrah já tinha contado para os outros que Annie tinha empurrado Verônica para o tal Mark. Passou-se uns minutos, no mínimo constrangedores. Verônica tomou seu café da manhã e se retirou, sem falar com os outros. Todos a observaram, e depois voltaram-se para Annie.
- Ah, Annie. Você não devia ter feito isso! - Disse Farrah. - Agora ela está chateada com você.
- Eu sei. Maldito impulso! Um dia vou fazer alguma besteira. - Disse Annie.
Farrah se levantou e foi até o quarto. Verônica estava escrevendo em seu diário quando a garota entrou. Verônica permaneceu calada.
- Verônica, está tudo bem? - Perguntou Farrah. Não houve resposta. Então ela continuou. - Olha, eu sei que você gosta de ficar mais sozinha, você não é de conversar muito. Mas tenta entender sua irmã. Acho que ela fez isso porque não quer ver você tão solitária. Eu e os meninos também não. E eu também tenho muita vontade de falar contigo. Você me parece ser uma garota muito legal. Mas você tem de se abrir com alguém. Eu quero ser sua amiga. A gente conversou tão pouco.
 Verônica olhou para Farrah.
- Obrigada por tudo, Farrah! Você também me parece ser legal, mas é que há um motivo de eu ser muito retraída, mas posso te falar depois. Estou chateada com Annie.
Farrah sorriu amigavelmente para Verônica.
- Está bem! - E foi até a garota e a surpreendeu, ao dar-lhe um abraço. - Quando quiser conversar com alguém estou aqui.
E saiu. Verônica sentiu-se melhor.

O dia se passou mas ela ainda estava sem falar com Annie. E às 6 da tarde desceu até a sala e anunciou.
- Meninos, Henry me convidou para sair.
- Henry? - Perguntou Annie, surpresa demais pra se preocupar se a irmã estava ou não sem falar com ela. - Aquele amigo gato do Ryan.
- Sim. Porque? - Respondeu Verônica ainda mostrando estar chateada com Annie.
- Nada. - Annie olhou para Ryan e em seguida piscou o olho.
- Nem vem, vocês! - Verônica disse rapidamente. - Somos apenas amigos. E além do mais foi ele que me ajudou quando...
A campainha tocou, interrompendo a garota.
Verônica foi abrir a porta. Henry estava parado, murmurando algo. Cumprimentou brevemente os outros e saiu com Verônica.
Eles foram a uma lanchonete não tão distante dali. No caminho Henry pareceu estar nervoso.
- O que é que você tem? - Verônica perguntou.
- Nada. - Mentiu. - É que eu sou assim mesmo.
Verônica olhou tristemente para a rua, e para o céu. Não tinha assunto com Henry.
Ao chegarem, comeram alguma coisa em silêncio. Henry derrubou mostarda na roupa, e limpou ligeiramente. Verônica pareceu não se importar com a cena.
- Me conta então, sobre aquilo que estávamos conversando ontem.
- O quê? - Verônica estava alheia a conversa.
- Sobre você e seu namorado.
Verônica lembrou de Nick e de tudo o que aconteceu. Só soube falar para Henry.
- Alguma vez algo te doeu tanto que a tristeza não cabia em seu corpo? E que cada veia, cada artéria esteve a ponto de explodir por conta dessa dor? Você já sentiu como se tivessem passado dias, meses, anos, e a dor continua ali?
Henry olhou admirado para a garota. Verônica percebeu que estava fazendo o garoto se assustar com suas palavras.
- Está bem. Vou te contar tudo.
E contou tudo.
A altura que a garota terminou de contar, já estava escuro, e eles estavam passando em uma praça.
- E você ainda tem a convicção de que o tal Nick vai voltar, não é?
- Não convicção. Mas um desejo profundo. Algo que o mais fundo do meu coração quer que aconteça.
Henry olhou para Verônica. Ela parecia mais linda agora, se mostrando uma romântica, assim como ele. O garoto molhou os lábios, sentiu uma vontade louca de agarrá-la e mostrar que era possível ela amar alguém novamente assim como ela amava Nick. Respirou e perguntou.
- Mas e você nunca quis alguém? Nunca se deu a oportunidade de amar de novo?
- Não consigo. Não é algo com os outros, é comigo! - Verônica argumentou. Estava andando a frente de Henry. - E mesmo assim... Quem poderia me fazer amar de novo, Henry?
Verônica foi se virando, para olhar o garoto. Ele não pode se controlar, ela estava jogando pesado com Henry. O desejo foi mais forte. A emoção falou mais alto que a razão.
Henry roubou um beijo de Verônica assim que a garota se virou.

Capítulo 04

Verônica ainda ficou um momento na sala. Ela não deixou de perceber que Henry a observava ainda com uma expressão estranha. Ryan ainda perguntou ao amigo.
- E então?
- E então o que? - Perguntou Henry incapaz de voltar o olhar ao amigo.
- Como o que? - Ryan olhou estranho a Henry. - Você não ia me dizer como conseguiu os convites da festa?
- Ah... É... Como eu consegui? Hum, eu...
Verônica, alheia a conversa, interrompeu o garoto.
- Ryan, eu vou subir e ficar com Annie e os garotos.
Henry se levantou depressa.
- Muito prazer, Verônica.
Verônica pareceu se assustar um pouco.
- Muito prazer também, Henry.
E então a garota saiu. Henry se sentou e pareceu perceber que estava com Ryan.
- E então? - Perguntou a Ryan.
- E então você vai me dizer ou não como você conseguiu os convites da festa? - Ryan falou impaciente.
- A Verônica e a irmã dela vão morar aqui com vocês? - Perguntou Henry olhando para a escada.
- Sim. Elas vieram de Surrey, e vão estudar na nossa escola.
- Sério? - Henry deu um pequeno sorriso.
- Sério. - Ryan perguntou desconfiado. - Porque?
- Nada. E quanto aos convites lhes entregarei na entrada. Ok?
- Tudo bem.
- Ryan, agora eu já vou porque tenho de fazer algumas coisas. - Falou o garoto se levantando.
- Está bem. - Ryan se levantou também. - Te acompanho até a porta.
Os amigos se despediram, Ryan trancou a porta e foi para junto dos irmãos e das primas. Ao chegar no quarto das garotas viu os irmãos e Annie ainda tirando as coisas das malas e Verônica sentada em uma cama, a mais próxima da janela.
- O novo quarto parece muito com o nosso antigo. - Falou Annie aos primos. - Só a cor que não era lilás, lá em Surrey nosso quarto tem a cor branca.
- Que bom que vocês gostaram! - Disse Lion. - E a cor... Isso foi idéia da Farrah.
- E por falar nela, quando a tal Farrah vai chegar? - Perguntou Annie.
- A tal Farrah acabou de chegar. - Falou uma garota que estava entrando no quarto. Tinha os cabelos loiros cacheados.
- Farrah, estas são nossas primas de Surrey, Verônica e Annie. - Apresentou James.
- Oi meninas! - Farrah as cumprimentou. - Quer dizer que os garotos não vão mais precisar dormir comigo no quarto?
- Farrah não gosta de dormir sozinha e pedia para nós dormirmos aqui com ela. - Explicou Lion rindo, ao ver a expressão de Annie. - Um dia eu dormia aqui, no outro, James, e no outro Ryan.
- Mas Ryan dormiu aqui mais do que a gente. - Informou James com um sorriso. - Não foi, Ryan?
- Deixem de dizer besteiras, idiotas. - Ryan apressou-se a dizer.
Verônica olhou para Farrah e Ryan. A garota estava rindo um pouco, e ocorreu então a Verônica que Ryan não apenas dormia quando estava no quarto com Farrah.
- Alguém está com fome? - Perguntou Farrah. - Passei no supermercado e comprei alguma coisa para o jantar.
- Humm... Agora que você falou me deu fome! - Disse James. - Vamos ver o que Farrah comprou?
- Podem ir. Eu ainda vou ficar por aqui um pouco. - Disse Verônica.
- Está bem! - Disse Farrah. - Vamos, garotos. Deixem as garotas. Elas devem estar com muita vontade de tomar um banho antes de comer.
- Isso é verdade, Farrah. - Disse Annie. - Depois a gente se junta a vocês.
Verônica e Annie então ficaram sozinhas no quarto.
- Estou gostando daqui, Verônica. - Disse Annie alegre. - Adoro os meninos, a Farrah parece ser muito gente boa, e a cidade é linda...Aiii... Vou tomar banho.
Logo a garota deixou o quarto, deixando Verônica sozinha.
- Do que adianta estar em Londres com os meninos, Farrah, e não ter o Nick? - Verônica se perguntou tristemente.

Longe dali, Henry estava sozinho na sua casa. Tinha acabado de tomar um banho. Entrou no seu quarto, e antes de se vestir, olhou para a janela e logo a imagem de Verônica veio em seu pensamento.
Aquela garota linda, apesar de não mostrar um grande sorriso era a garota mais linda que Henry já viu. Aquela garota despertou nele um arrepio, algo que jamais lhe ocorreu. Henry desejou que não tivesse a olhado com aquela cara de bobo apaixonado.
Meu Deus, estou apaixonado! Pensou.
Sorriu aquele sorriso de quando a pessoa que a gente ama vem ao pensamento.
O garoto foi até o espelho e ligou o rádio. Estava tocando "Inside out" de VonRay, pensou de novo em Verônica. Amanhã a encontrará na festa.
Verônica Watson, você aceita dançar comigo? - Perguntou Henry para uma Verônica invisível. E começaram a dançar.

Henry passou o dia seguinte todo ansioso por ver Verônica. logo chegou a noite e Henry saiu de casa e foi a rua seguinte e rumou a uma casa que ficava próxima a esquina. Havia muitas pessoas que conversavam, riam, dançavam. Henry entrou na casa e cumprimentou algumas pessoas, e a aniversariante, Georgia. Passado algum tempo saiu e ficou a espera de Ryan. Não demorou muito e ele, Verônica, Annie, James, Lion e Farrah apareceram.
- E aí, Henry? - Cumprimentou Ryan. Mas Henry estava fascinado demais com Verônica para prestar atenção no que Ryan estava dizendo.
Farrah deu um tapinha nas costas de Henry, fazendo o garoto "acordar".
- Henry, garoto!
- Oi! - Henry respondeu com um grande sorriso no rosto. - Oi, Farrah!
- E aí? Você está esperando a gente faz tempo?
- Não. Cheguei a uns dez minutos.
- E os convites? - Perguntou Ryan.
- Estão aqui! - Respondeu, dando-os ao amigo.
- Vamos então? - Perguntou Lion.
- Vamos! - Disse Henry.
O grupo foi andando, Henry ia na frente, parecia que estava pensando em algo. Ryan olhou para o amigo e disse para os outros.
- Ele está estranho!
- Você viu quando chegamos? - Perguntou Farrah. - Parecia que ele estava em outro planeta.
- Que seja! - Disse James. - Eu não estou me importando com o tal do Henry, quero mas é conversar com alguma gatinha.
E então eles entraram. James e Lion ficaram um pouco com os outros e depois se separaram. Ryan e Farrah estavam conversando com Henry que, de vez em quando, olhava na direção de Verônica e Annie.
As duas irmãs estavam um pouco afastadas dos outros. A música estava alta. Muita gente dançava. Verônica chegou para a irmã e falou para ela.
- Annie... Quero ir embora!
- Ir embora? - Annie que estava olhando para as pessoas ao seu redor, voltou-se para a irmã. - Mas acabamos de chegar! Esse pessoal todo estuda na escola que vamos frequentar. Farrah me disse hoje de manhã. Quero me socializar! E você deve fazer o mesmo.
- Não quero! - Verônica fez uma careta e cruzou os braços. - Prefiro ficar em casa.
- Não acredito, Verônica, que você vai se torturar até mesmo aqui em Londres. - Disse Annie repreendendo a irmã. - Descruze esses braços e trata de se divertir. Você tem de deixar de ser chata. Olha só como aqui tem muitos meninos bonitos.
Annie acenou para um garoto ruivo e alto.
- Não consigo, Annie! - Falou Verônica olhando para o chão. - Você sabe que não consigo.
- Está na hora de você tentar. - Disse Annie sorrindo. O garoto ruivo chegou até Annie. A garota começou a falar com ele. - Oi, gatinho! Minha amiga aqui disse que desde que entrou na festa estava querendo conversar com você.
Verônica boquiabriu-se.
Annie não está fazendo isso!  Pensou.
- Oi, sou o Mark. E você? - Perguntou o garoto. Verônica percebeu que ele estava na sua frente.
- O nome dela é Verônica. - Respondeu Annie, olhando para a irmã.
Mark não conseguia tirar os olhos dela.
- Verônica? Que nome bonito! Vamos sair daqui e ir a um lugar mais calmo pra conversar?
- Está bom aqui!
- O que? - O garoto não entendeu muito bem o que ela disse.
- Ela disse que adoraria ir lá fora com você. - Mentiu Annie.
- Vamos aqui pelos fundos. - Mark segurou no braço de Verônica e a levou. Antes a garota lançou um olhar assassino à irmã.
- Farrah foi até Annie, que estava preocupada com o que poderia acontecer.
- A Verônica de boba só tem o jeitinho, não é mesmo? - Falou rindo para a amiga. - Já conseguiu um cara.
- Farrah, ela não queria conversar com ele. - Explicou Annie, ainda preocupada. - Eu foi quem forcei a barra. Ai! Ela vai me matar.
- Consegue um pra mim então, garota! - Pediu Farrah, sorrindo. - Estou necessitada.
- Conseguir o quê? - Perguntou Ryan, que voltou ao encontro das garotas.
- Annie arranjou um cara para a Verônica.
- A Annie sempre foi a mais louca e inconsequente das duas. - Contou Ryan, sorrindo. - A festa está boa, não é?
- Sim, está. - Respondeu Farrah. - Onde estão os outros, Ryan?
- James e Lion já estão com umas garotas. E Henry foi falar com uns amigos.
- Ihh... Sobramos! - Comentou Farrah. - Até a Verônica já está com um cara. Vou a luta também!
E então a garota saiu deixando Annie e Ryan.

Passado algum tempo, Henry foi beber e conversar com alguns amigos. Eles estavam contando como estavam suas férias. O garoto começou a falar que havia viajado à Alemanha, onde tem alguns parentes. E soube das aventuras que seus amigos viveram nas férias. Mas de vez em quando olhava ao seu redor, procurando por Verônica. Passado mais algum tempo, se despediu dos amigos e disse que ia falar com Ryan, mas ele queria mesmo era saber de Verônica. Ao passar por um grupo de pessoas que estavam bebendo e dançando, alguém esbarrou nele com força. Ele olhou para a tal pessoa.
- Desculpa! Henry??? Henry!!! Me tira daqui, por favor! Me tira daqui!
Era Verônica. Ela estava chorando.

Tema do episódio: "Inside out" de VonRay


♪ Músicas online grátis! Acesse: www.powermusics.com

domingo, 10 de junho de 2012

Capítulo 03

Mais um dia de verão nascia em Surrey. E logo se ouvia o barulho de crianças, que iam brincar no parquinho. De vizinhos se cumprimentando. Risos. Alegria. O dia parecia feliz quase para todos. É que Verônica, apesar de não ter dormido à noite, já tinha uma resposta para a proposta de Annie.
A garota, ao descer para tomar o café, foi abordada por Annie.
- E aí, Verônica. O que decidiu? - Annie estava olhando esperançosa para a irmã, e não disfarçou sua ansiedade.
- Bom dia também, Annie! - Respondeu Verônica, decepcionando a irmã, que murmurou um ARRRG, demonstrando chateação. Verônica sentou-se também a mesa e cumprimentou os pais. - Bom dia, pai... Mãe.
O Sr. e a Srª. Watson cumprimentaram-a.
- E então, filha, o que decidiu? Você vai para Londres ou não? - Perguntou o Sr. Watson.
- Primeiro quero tomar meu café, pai. Depois digo o que decidi.
- Verônica quer me matar de ansiedade! - Disse Annie, cruzando os braços.
Verônica tomou seu café da manhã quieta, e não pôde deixar de notar que seus pais e sua irmã a observavam constantemente. Estava ficando chata essa situação. Momentos depois, terminou.
- E então...? - Annie perguntou logo em seguida mordendo o lábio.
Foi como se Verônica estivesse vendo um filme de todas suas lembrança e dos seus sentimentos por Nick. E então veio a resposta:
- Passei a noite acordada...
- Você passou a noite acordada? - A Srª. Watson a interrompeu. - Você sabe que não dormir a noite é prejudicial a saúde...
- Calma, Maggie! - Falou o Sr. Watson. - Deixa ela falar!
- Desculpa, mãe! Como ia dizendo, passei a noite toda acordada... Pensando em... Tudo! e decidi que é melhor Annie e eu irmos à Londres!
Annie gritou e correu a abraçar a irmã. Maggie começou a ficar com os olhos marejados de lágrimas.
A família Watson se abraçou um bom tempo. E passaram a manhã toda conversando sobre tudo. Harold contou que na noite anterior decidiu que era melhor deixá-las ir, e que iriam morar com seus primos Ryan, James e Lionel, e que iriam estudar na mesma escola que eles. E que Maggie até já havia ligado para os pais dos garotos para saber se Verônica e Annie podiam morar com eles. E o mais importante: Quando?
- O mais rápido possível! - Annie disse feliz. - Ainda temos de fazer matrícula na escola, lembrem-se disso!
Verônica, que por sua ansiedade e alegria, parecia que não ia viajar, anunciou:
- Decidam aí! Vou dar uma volta!
E deixou Annie e os pais conversando alegres. A garota não sentiu alegria alguma com o anúncio da viagem. Queria mais era agradar a Annie. Ela merecia tudo o que queria, por sempre ter sido uma grande amiga e me ouvir sempre!     Pensou Verônica ao sair.
Parecia não ver nada, nem ninguém. Como deixaria aquele lugar? Lhe ocorreu que gostava mesmo de sentir aquele sentimento, ao mesmo tempo que não o queria. A garota entrou na floresta e se sentou no balanço, como o fizera milhares de vezes. Pensando as mesma coisas. Ficou lá um bom tempo.

Perto da hora do almoço, Verônica voltou e foi direto para o quarto, encontrou Annie arrumando algumas coisas numa mala.
- Porque já está arrumando a mala? - Perguntou Verônica. - Até parece que vamos amanhã.
- E vamos amanhã! - Annie sem olhar para a irmã.
- O QUÊ? - Verônica assustou-se.
- Calma! Liguei para os primos. Eles disseram que era melhor irmos amanhã, por que no dia seguinte vai ter uma festa de um amigo deles, e eles nos chamaram pra irmos com eles. Aí convenci papai e mamãe a viajarmos amanhã. Mamãe não queria, mas dobrei ela...
- Annie! - Verônica falou de supetão, interrompendo a garota. - Eu ainda não estou preparada! Como você faz isso?
- Ah, Verônica, já combinei... - E ajoelhou aos pés da irmã. - Vamos!
Verônica olhou para a irmã com vontade de lhe atacar, mas depois de muito tempo pensando, fez o que todo irmão mais velho sempre faz para seus irmãos mais novos. Cedeu.
Está bem! - Verônica falou com um muxoxo.
Annie não se continha de felicidade. E assim o dia se passou sem grande emoção para Verônica. De noite, antes de dormir, saiu e foi à floresta.
- Não queria ir embora daqui! - Confessou, pensando em voz alta. - Não quero deixar esse lugar! Meu refúgio! E se Nick um dia resolve voltar e não me encontrar? Queria tanto pensar no meu futuro! Nick! Será que você se lembra que eu te amo? Será que se lembra que eu estou aqui? Se você estivesse em Londres... Mas será que se a gente se encontrar eu te reconhecerei?
Passou mais um tempo na floresta pensando em tudo. E então voltou à sua casa, correndo para confidenciar tudo a seu diário.

Verônica acordou muito antes do horário que estava acostumada. Annie estava ansiosa, mais do que nunca com a viagem. A garota levantou-se e com toda a correria e o todas as sensações que estava sentindo, apenas lembrou-se que, tomou banho, comeu alguma coisa, saiu de casa e olhou em direção à floresta um momento, foi com os pais e Annie à estação, despediu-se da mãe, que chorava e soluçava, e do pai, entrou no trem. Annie conversou com ela, mas ela não ouvia uma palavra sequer ninguém, desde que ela acordou.
Ao chegarem à Londres, ouviram em algum lugar a música "Vertigo" de U2, Annie ria feito boba, se deslumbrava com tudo. Vida nova. Pelo menos para Annie.
Ao pegarem o King Cross, Annie ria enquanto espiava a cidade que passava por ela. Verônica não sentia nada com todo aquele charme, beleza e exuberância. Apenas deu um sorrisinho amarelo para a irmã quando passaram perto da torre Big Bang. Verônica teve de puxar Annie pelo menos umas 10 vezes para prosseguirem a viagem, enquanto andavam pelas ruas. Annie queria ver tudo.
Verônica se sentiu melhor ao chegar na casa dos garotos que ficava no subúrbio de Londres. Ao entrarem, viram 3 garotos, um com camisa regata e os outros sem camisa, garotos com algumas espinhas no rosto, da idade de Annie.
- Primas! - Os rapazes correram e as abraçaram. - Como estão? Tia Maggie ligou agora a pouco.
- Mães. Só mudam de endereço.- Annie falou rindo. Depois olhou para um primo que estava sem camisa - Estamos bem! E vocês? Não acredito que Lionel está maior que eu!
- O pequeno Lion cresceu um pouco! - Falou o que estava de camisa. Era o mais velho.
- Além do nariz! - Falou o outro, rindo.
- Que engraçado! - Lion riu com sarcasmo e olhou para o irmão de camisa. - Tira a camisa Ryan, está fazendo um calorão. É bom que as meninas poderão ver seus mamilos grandes e cabeludos.
Verônica boquiabriu-se. Annie gargalhou.
- É sério? E você James? o que tem de diferente? Um enorme nariz...Um enorme mamilo... - Riu-se Annie.
- Melhor não comentar o que o James tem de enorme, prima. - Caçoou Ryan do outro irmão.
Annie boquiabriu-se, e depois gargalhou. Verônica achou melhor não participar daquela conversa. Então apressou-se a dizer.
- Meninos, estamos bem! Mas antes de conversarmos nos ajude a levar essas bagagens. - Falou entregando a mochila e a mala que carregava para James e Annie fez o mesmo com Lion.
- Antes que eu conheça o quarto preciso tomar um copo d'água. - Disse Verônica.
- A cozinha é logo a esquerda, Verônica. E os copos estão no armário perto da pia. - Informou Ryan. E a garota saiu da sala.
- Vamos! Nós mostraremos o seu novo quarto! - Anunciou Lion, mostrando uma pequena escada mais a frente. - Mas vocês terão de dividir o quarto com Farrah.
- Não nos incomodamos! - Disse Annie. - Verônica e eu sempre dividimos o quarto. Onde está a Farrah? Quero conhecê-la!
- Compras. - Informou James. - Coisas de mulher. Você sabe.
Todos estavam subindo a escada quando alguém tocou a campainha. Ryan foi abrir.
- Acho que é um amigo meu. Ele ia me emprestar um livro.
E então o garoto abriu a porta. Um garoto loiro, alto, forte estava parado do lado de fora.
- E aí? - O garoto cumprimentou Ryan.
- Entra, cara!
O garoto entrou e Ryan apresentou-o a prima e aos irmãos.
- Galera, esse é Henry Colman, meu amigo da escola.
- E aí, Henry! - Cumprimentaram-o e logo subiram para o quarto.
- Desculpa, Ryan! É que o livro estava com um primo meu! - Informou Henry então se voltando para Ryan, lhe entregando um livro. - Então só agora pude trazê-lo!
Ah, que é isso! Não tem problema! - Ryan disse balançando a cabeça. - Mas venha! Sente-se e me conta...Você já arrumou os convites que te pedi da festa da Georgia?
- Sim, euuu... - Henry pareceu se esquecer do que estava falando, Ryan pensou que o garoto estava tendo alguma coisa, pois ficou como se estivesse em choque com algo. Estava paralizado.
- Ah, eles já subiram, não foi? Vou até lá, Ryan!
Verônica estava perto da escada.
- Sim, eles subiram! - Informou Ryan. - Verônica quero que conheça meu amigo, Henry Colman.
- Oi, Henry! Sou Verônica Watson, prima do Ryan. - Cumprimentou sem emoção.
- Oi, Verõnica! Muito prazer! - Respondeu Henry.
Verônica pensou ter visto um brilho nos olhos do garoto.

 

Tema do episódio: "Vertigo" de U2


♪ Músicas online grátis! Acesse: www.powermusics.com