domingo, 24 de junho de 2012

Capítulo 05

Henry se assustou com a cena. O que poderia ter acontecido para a garota estar daquele jeito em uma festa?
- O que está acontecendo com você? - Perguntou. - Porque está chorando?
- Por favor me tira daqui, Henry! - Verônica suplicou, as lágrimas caindo.
- Vamos! Antes que alguém note. Mas você irá me contar o motivo desse choro.
E levou-a para longe daquela festa.

- Eu vou matar a Annie! - Verônica soluçava. - Como ela pôde fazer isso comigo?
Eles estavam em uma pracinha próxima à casa de Verônica. Estava deserta, e pouco iluminada. Henry tirou um lenço de seu bolso e entregou-o a garota. Verônica agradeceu.
- Você não me disse ainda o que aconteceu. - Disse Henry olhando ternamente para a garota. - Eu entenderei se não quiser dizer. Mas vou ficar aqui com você.
- E a festa? Seus amigos? - Perguntou a garota, olhando com os olhos vermelhos para Henry. - Se quiser pode voltar.
O garoto apenas deu de os ombros. Verônica achou simpática a atitude de Henry.
- Não vou deixar você sozinha, chorando. - Disse Henry.
- Obrigada! - Disse Verônica enxugando uma lágrima. - Está bem. Vou te dizer porque aconteceu isso.
A garota suspirou.
- Annie me empurrou pra o primeiro otário que ela viu na festa...
- Mas as pessoas costumam ficar nas festas. - Interrompeu Henry.
Verõnica olhou para Henry.
- Mas eu não sou dessas que ficam com qualquer um. - Explicou. - Odeio isso! Pra mim, para beijar alguém tem de ter sentimento, não só atração física. A gente tem de conhecer a pessoa primeiro, saber que ela é a pessoa certa.
A garota lembrou-se de Nick, e novamente começou a chorar.
- E o cara... O que ele falou com você? - Perguntou Henry. - Ele deve ter sido no mínimo grosseiro.
- Ele me puxou até um quarto da casa e disse que não precisávamos conversar. - Contou Verônica novamente limpando as lágrimas. - E quis me beijar. Eu disse que não, mas ele tento me agarrar a força.
- E o que você fez?
- Ora, dei uma joelhada nas suas partes e sai. - Disse Verônica, limpando mais uma lágrima. - Antes de eu sair do quarto, voltei e dei-lhe um soco na cara.
Henry boquiabriu-se. Verônica olhava para o chão. Henry se endireitou.
- Eu também acho que só devemos ficar com alguém por sentimento. Não há nada melhor que beijar alguém que a gente goste.
E olhou para a garota, sentindo uma louca vontade de lhe beijar.
- E você tem namorada, Henry? - Perguntou Verônica, ainda chateada.
- N-Não! - Respondeu Henry, gaguejando. - E-Eu-Eu já namorei umas duas vezes, mas faz um tempo. E v-você?
- Eu...
- O que estão fazendo aí? - Um guarda estava fazendo uma ronda e os viu. Os garotos olharam. - Não é hora de crianças estarem na rua! Vão embora!
- Estamos indo! - Disse Henry se levantando, e em seguida tomou coragem. - Vamos, Verônica! Amanhã você me conta a sua estória.
Verônica o olhou.
- Te pego as 6.
E saíram dalí sem Verônica ter respondido se ia ou não. Henry não acreditou que disse aquilo. Tomou o silêncio da garota como um "sim". Então ele levou Verônica para casa, e foi embora, dançando esquisitamente, como se tivesse levado um choque elétrico.

Verônica acordou no dia seguinte as 9 da manhã. E no primeiro instante pensou que o que aconteceu na noite anterior tinha sido um pesadelo, mas logo que desceu e viu a cara preocupada de Annie teve certeza que foi sim um pesadelo, mas tudo, de fato, havia acontecido.
Todos estavam a mesa conversando, e quando a garota sentou-se logo Farrah comentou com Lion e James.
- Garotos, vocês estavam fazendo disputa para ver quem ficava com mais garotas?
- Sem contar que Lion ficou com Alícia Nixlon umas 3 vezes. - Comentou James.
- É que tirando as garotas que estão nesse recinto, eu peguei todas as que estavam na festa ontem! - Informou Lion.
James pôs a língua pra fora e a mão no pescoço. Com se estivesse passando mal.
- O que aconteceu, James? - Ryan levantou-se da sua cadeira e foi ao irmão quando o viu daquele jeito. - Você está tendo alguma coisa?
- Não! - Respondeu James, ofegante. - É que eu acho que Alícia passou para a minha boca um chiclete que estava ela estava mascando na hora do beijo...E o chiclete era do Lion. O idiota é o único que compra aquele chiclete de gengibre e ervas. EEEEECA!
- Eu passei pra ela mesmo! - Riu Lion. - Você gostou do sabor do chiclete com saliva de Lionel Watson?
Farrah e Ryan riram juntos com Lion. Farrah então olhou para Annie que estava um pouco sem graça, e depois para Verônica.
- E o porquê dessa cara, Verônica? - Perguntou. - Soube que você trocou saliva com o Mark Sullivan. Não gosto?
- Não gostei! - Respondeu Verônica, muito séria, encarando Annie. - Odeio que os outros me pressionem ou resolvam as coisas por mim.
Todos se calaram. Pelo visto Farrah já tinha contado para os outros que Annie tinha empurrado Verônica para o tal Mark. Passou-se uns minutos, no mínimo constrangedores. Verônica tomou seu café da manhã e se retirou, sem falar com os outros. Todos a observaram, e depois voltaram-se para Annie.
- Ah, Annie. Você não devia ter feito isso! - Disse Farrah. - Agora ela está chateada com você.
- Eu sei. Maldito impulso! Um dia vou fazer alguma besteira. - Disse Annie.
Farrah se levantou e foi até o quarto. Verônica estava escrevendo em seu diário quando a garota entrou. Verônica permaneceu calada.
- Verônica, está tudo bem? - Perguntou Farrah. Não houve resposta. Então ela continuou. - Olha, eu sei que você gosta de ficar mais sozinha, você não é de conversar muito. Mas tenta entender sua irmã. Acho que ela fez isso porque não quer ver você tão solitária. Eu e os meninos também não. E eu também tenho muita vontade de falar contigo. Você me parece ser uma garota muito legal. Mas você tem de se abrir com alguém. Eu quero ser sua amiga. A gente conversou tão pouco.
 Verônica olhou para Farrah.
- Obrigada por tudo, Farrah! Você também me parece ser legal, mas é que há um motivo de eu ser muito retraída, mas posso te falar depois. Estou chateada com Annie.
Farrah sorriu amigavelmente para Verônica.
- Está bem! - E foi até a garota e a surpreendeu, ao dar-lhe um abraço. - Quando quiser conversar com alguém estou aqui.
E saiu. Verônica sentiu-se melhor.

O dia se passou mas ela ainda estava sem falar com Annie. E às 6 da tarde desceu até a sala e anunciou.
- Meninos, Henry me convidou para sair.
- Henry? - Perguntou Annie, surpresa demais pra se preocupar se a irmã estava ou não sem falar com ela. - Aquele amigo gato do Ryan.
- Sim. Porque? - Respondeu Verônica ainda mostrando estar chateada com Annie.
- Nada. - Annie olhou para Ryan e em seguida piscou o olho.
- Nem vem, vocês! - Verônica disse rapidamente. - Somos apenas amigos. E além do mais foi ele que me ajudou quando...
A campainha tocou, interrompendo a garota.
Verônica foi abrir a porta. Henry estava parado, murmurando algo. Cumprimentou brevemente os outros e saiu com Verônica.
Eles foram a uma lanchonete não tão distante dali. No caminho Henry pareceu estar nervoso.
- O que é que você tem? - Verônica perguntou.
- Nada. - Mentiu. - É que eu sou assim mesmo.
Verônica olhou tristemente para a rua, e para o céu. Não tinha assunto com Henry.
Ao chegarem, comeram alguma coisa em silêncio. Henry derrubou mostarda na roupa, e limpou ligeiramente. Verônica pareceu não se importar com a cena.
- Me conta então, sobre aquilo que estávamos conversando ontem.
- O quê? - Verônica estava alheia a conversa.
- Sobre você e seu namorado.
Verônica lembrou de Nick e de tudo o que aconteceu. Só soube falar para Henry.
- Alguma vez algo te doeu tanto que a tristeza não cabia em seu corpo? E que cada veia, cada artéria esteve a ponto de explodir por conta dessa dor? Você já sentiu como se tivessem passado dias, meses, anos, e a dor continua ali?
Henry olhou admirado para a garota. Verônica percebeu que estava fazendo o garoto se assustar com suas palavras.
- Está bem. Vou te contar tudo.
E contou tudo.
A altura que a garota terminou de contar, já estava escuro, e eles estavam passando em uma praça.
- E você ainda tem a convicção de que o tal Nick vai voltar, não é?
- Não convicção. Mas um desejo profundo. Algo que o mais fundo do meu coração quer que aconteça.
Henry olhou para Verônica. Ela parecia mais linda agora, se mostrando uma romântica, assim como ele. O garoto molhou os lábios, sentiu uma vontade louca de agarrá-la e mostrar que era possível ela amar alguém novamente assim como ela amava Nick. Respirou e perguntou.
- Mas e você nunca quis alguém? Nunca se deu a oportunidade de amar de novo?
- Não consigo. Não é algo com os outros, é comigo! - Verônica argumentou. Estava andando a frente de Henry. - E mesmo assim... Quem poderia me fazer amar de novo, Henry?
Verônica foi se virando, para olhar o garoto. Ele não pode se controlar, ela estava jogando pesado com Henry. O desejo foi mais forte. A emoção falou mais alto que a razão.
Henry roubou um beijo de Verônica assim que a garota se virou.

Capítulo 04

Verônica ainda ficou um momento na sala. Ela não deixou de perceber que Henry a observava ainda com uma expressão estranha. Ryan ainda perguntou ao amigo.
- E então?
- E então o que? - Perguntou Henry incapaz de voltar o olhar ao amigo.
- Como o que? - Ryan olhou estranho a Henry. - Você não ia me dizer como conseguiu os convites da festa?
- Ah... É... Como eu consegui? Hum, eu...
Verônica, alheia a conversa, interrompeu o garoto.
- Ryan, eu vou subir e ficar com Annie e os garotos.
Henry se levantou depressa.
- Muito prazer, Verônica.
Verônica pareceu se assustar um pouco.
- Muito prazer também, Henry.
E então a garota saiu. Henry se sentou e pareceu perceber que estava com Ryan.
- E então? - Perguntou a Ryan.
- E então você vai me dizer ou não como você conseguiu os convites da festa? - Ryan falou impaciente.
- A Verônica e a irmã dela vão morar aqui com vocês? - Perguntou Henry olhando para a escada.
- Sim. Elas vieram de Surrey, e vão estudar na nossa escola.
- Sério? - Henry deu um pequeno sorriso.
- Sério. - Ryan perguntou desconfiado. - Porque?
- Nada. E quanto aos convites lhes entregarei na entrada. Ok?
- Tudo bem.
- Ryan, agora eu já vou porque tenho de fazer algumas coisas. - Falou o garoto se levantando.
- Está bem. - Ryan se levantou também. - Te acompanho até a porta.
Os amigos se despediram, Ryan trancou a porta e foi para junto dos irmãos e das primas. Ao chegar no quarto das garotas viu os irmãos e Annie ainda tirando as coisas das malas e Verônica sentada em uma cama, a mais próxima da janela.
- O novo quarto parece muito com o nosso antigo. - Falou Annie aos primos. - Só a cor que não era lilás, lá em Surrey nosso quarto tem a cor branca.
- Que bom que vocês gostaram! - Disse Lion. - E a cor... Isso foi idéia da Farrah.
- E por falar nela, quando a tal Farrah vai chegar? - Perguntou Annie.
- A tal Farrah acabou de chegar. - Falou uma garota que estava entrando no quarto. Tinha os cabelos loiros cacheados.
- Farrah, estas são nossas primas de Surrey, Verônica e Annie. - Apresentou James.
- Oi meninas! - Farrah as cumprimentou. - Quer dizer que os garotos não vão mais precisar dormir comigo no quarto?
- Farrah não gosta de dormir sozinha e pedia para nós dormirmos aqui com ela. - Explicou Lion rindo, ao ver a expressão de Annie. - Um dia eu dormia aqui, no outro, James, e no outro Ryan.
- Mas Ryan dormiu aqui mais do que a gente. - Informou James com um sorriso. - Não foi, Ryan?
- Deixem de dizer besteiras, idiotas. - Ryan apressou-se a dizer.
Verônica olhou para Farrah e Ryan. A garota estava rindo um pouco, e ocorreu então a Verônica que Ryan não apenas dormia quando estava no quarto com Farrah.
- Alguém está com fome? - Perguntou Farrah. - Passei no supermercado e comprei alguma coisa para o jantar.
- Humm... Agora que você falou me deu fome! - Disse James. - Vamos ver o que Farrah comprou?
- Podem ir. Eu ainda vou ficar por aqui um pouco. - Disse Verônica.
- Está bem! - Disse Farrah. - Vamos, garotos. Deixem as garotas. Elas devem estar com muita vontade de tomar um banho antes de comer.
- Isso é verdade, Farrah. - Disse Annie. - Depois a gente se junta a vocês.
Verônica e Annie então ficaram sozinhas no quarto.
- Estou gostando daqui, Verônica. - Disse Annie alegre. - Adoro os meninos, a Farrah parece ser muito gente boa, e a cidade é linda...Aiii... Vou tomar banho.
Logo a garota deixou o quarto, deixando Verônica sozinha.
- Do que adianta estar em Londres com os meninos, Farrah, e não ter o Nick? - Verônica se perguntou tristemente.

Longe dali, Henry estava sozinho na sua casa. Tinha acabado de tomar um banho. Entrou no seu quarto, e antes de se vestir, olhou para a janela e logo a imagem de Verônica veio em seu pensamento.
Aquela garota linda, apesar de não mostrar um grande sorriso era a garota mais linda que Henry já viu. Aquela garota despertou nele um arrepio, algo que jamais lhe ocorreu. Henry desejou que não tivesse a olhado com aquela cara de bobo apaixonado.
Meu Deus, estou apaixonado! Pensou.
Sorriu aquele sorriso de quando a pessoa que a gente ama vem ao pensamento.
O garoto foi até o espelho e ligou o rádio. Estava tocando "Inside out" de VonRay, pensou de novo em Verônica. Amanhã a encontrará na festa.
Verônica Watson, você aceita dançar comigo? - Perguntou Henry para uma Verônica invisível. E começaram a dançar.

Henry passou o dia seguinte todo ansioso por ver Verônica. logo chegou a noite e Henry saiu de casa e foi a rua seguinte e rumou a uma casa que ficava próxima a esquina. Havia muitas pessoas que conversavam, riam, dançavam. Henry entrou na casa e cumprimentou algumas pessoas, e a aniversariante, Georgia. Passado algum tempo saiu e ficou a espera de Ryan. Não demorou muito e ele, Verônica, Annie, James, Lion e Farrah apareceram.
- E aí, Henry? - Cumprimentou Ryan. Mas Henry estava fascinado demais com Verônica para prestar atenção no que Ryan estava dizendo.
Farrah deu um tapinha nas costas de Henry, fazendo o garoto "acordar".
- Henry, garoto!
- Oi! - Henry respondeu com um grande sorriso no rosto. - Oi, Farrah!
- E aí? Você está esperando a gente faz tempo?
- Não. Cheguei a uns dez minutos.
- E os convites? - Perguntou Ryan.
- Estão aqui! - Respondeu, dando-os ao amigo.
- Vamos então? - Perguntou Lion.
- Vamos! - Disse Henry.
O grupo foi andando, Henry ia na frente, parecia que estava pensando em algo. Ryan olhou para o amigo e disse para os outros.
- Ele está estranho!
- Você viu quando chegamos? - Perguntou Farrah. - Parecia que ele estava em outro planeta.
- Que seja! - Disse James. - Eu não estou me importando com o tal do Henry, quero mas é conversar com alguma gatinha.
E então eles entraram. James e Lion ficaram um pouco com os outros e depois se separaram. Ryan e Farrah estavam conversando com Henry que, de vez em quando, olhava na direção de Verônica e Annie.
As duas irmãs estavam um pouco afastadas dos outros. A música estava alta. Muita gente dançava. Verônica chegou para a irmã e falou para ela.
- Annie... Quero ir embora!
- Ir embora? - Annie que estava olhando para as pessoas ao seu redor, voltou-se para a irmã. - Mas acabamos de chegar! Esse pessoal todo estuda na escola que vamos frequentar. Farrah me disse hoje de manhã. Quero me socializar! E você deve fazer o mesmo.
- Não quero! - Verônica fez uma careta e cruzou os braços. - Prefiro ficar em casa.
- Não acredito, Verônica, que você vai se torturar até mesmo aqui em Londres. - Disse Annie repreendendo a irmã. - Descruze esses braços e trata de se divertir. Você tem de deixar de ser chata. Olha só como aqui tem muitos meninos bonitos.
Annie acenou para um garoto ruivo e alto.
- Não consigo, Annie! - Falou Verônica olhando para o chão. - Você sabe que não consigo.
- Está na hora de você tentar. - Disse Annie sorrindo. O garoto ruivo chegou até Annie. A garota começou a falar com ele. - Oi, gatinho! Minha amiga aqui disse que desde que entrou na festa estava querendo conversar com você.
Verônica boquiabriu-se.
Annie não está fazendo isso!  Pensou.
- Oi, sou o Mark. E você? - Perguntou o garoto. Verônica percebeu que ele estava na sua frente.
- O nome dela é Verônica. - Respondeu Annie, olhando para a irmã.
Mark não conseguia tirar os olhos dela.
- Verônica? Que nome bonito! Vamos sair daqui e ir a um lugar mais calmo pra conversar?
- Está bom aqui!
- O que? - O garoto não entendeu muito bem o que ela disse.
- Ela disse que adoraria ir lá fora com você. - Mentiu Annie.
- Vamos aqui pelos fundos. - Mark segurou no braço de Verônica e a levou. Antes a garota lançou um olhar assassino à irmã.
- Farrah foi até Annie, que estava preocupada com o que poderia acontecer.
- A Verônica de boba só tem o jeitinho, não é mesmo? - Falou rindo para a amiga. - Já conseguiu um cara.
- Farrah, ela não queria conversar com ele. - Explicou Annie, ainda preocupada. - Eu foi quem forcei a barra. Ai! Ela vai me matar.
- Consegue um pra mim então, garota! - Pediu Farrah, sorrindo. - Estou necessitada.
- Conseguir o quê? - Perguntou Ryan, que voltou ao encontro das garotas.
- Annie arranjou um cara para a Verônica.
- A Annie sempre foi a mais louca e inconsequente das duas. - Contou Ryan, sorrindo. - A festa está boa, não é?
- Sim, está. - Respondeu Farrah. - Onde estão os outros, Ryan?
- James e Lion já estão com umas garotas. E Henry foi falar com uns amigos.
- Ihh... Sobramos! - Comentou Farrah. - Até a Verônica já está com um cara. Vou a luta também!
E então a garota saiu deixando Annie e Ryan.

Passado algum tempo, Henry foi beber e conversar com alguns amigos. Eles estavam contando como estavam suas férias. O garoto começou a falar que havia viajado à Alemanha, onde tem alguns parentes. E soube das aventuras que seus amigos viveram nas férias. Mas de vez em quando olhava ao seu redor, procurando por Verônica. Passado mais algum tempo, se despediu dos amigos e disse que ia falar com Ryan, mas ele queria mesmo era saber de Verônica. Ao passar por um grupo de pessoas que estavam bebendo e dançando, alguém esbarrou nele com força. Ele olhou para a tal pessoa.
- Desculpa! Henry??? Henry!!! Me tira daqui, por favor! Me tira daqui!
Era Verônica. Ela estava chorando.

Tema do episódio: "Inside out" de VonRay


♪ Músicas online grátis! Acesse: www.powermusics.com

domingo, 10 de junho de 2012

Capítulo 03

Mais um dia de verão nascia em Surrey. E logo se ouvia o barulho de crianças, que iam brincar no parquinho. De vizinhos se cumprimentando. Risos. Alegria. O dia parecia feliz quase para todos. É que Verônica, apesar de não ter dormido à noite, já tinha uma resposta para a proposta de Annie.
A garota, ao descer para tomar o café, foi abordada por Annie.
- E aí, Verônica. O que decidiu? - Annie estava olhando esperançosa para a irmã, e não disfarçou sua ansiedade.
- Bom dia também, Annie! - Respondeu Verônica, decepcionando a irmã, que murmurou um ARRRG, demonstrando chateação. Verônica sentou-se também a mesa e cumprimentou os pais. - Bom dia, pai... Mãe.
O Sr. e a Srª. Watson cumprimentaram-a.
- E então, filha, o que decidiu? Você vai para Londres ou não? - Perguntou o Sr. Watson.
- Primeiro quero tomar meu café, pai. Depois digo o que decidi.
- Verônica quer me matar de ansiedade! - Disse Annie, cruzando os braços.
Verônica tomou seu café da manhã quieta, e não pôde deixar de notar que seus pais e sua irmã a observavam constantemente. Estava ficando chata essa situação. Momentos depois, terminou.
- E então...? - Annie perguntou logo em seguida mordendo o lábio.
Foi como se Verônica estivesse vendo um filme de todas suas lembrança e dos seus sentimentos por Nick. E então veio a resposta:
- Passei a noite acordada...
- Você passou a noite acordada? - A Srª. Watson a interrompeu. - Você sabe que não dormir a noite é prejudicial a saúde...
- Calma, Maggie! - Falou o Sr. Watson. - Deixa ela falar!
- Desculpa, mãe! Como ia dizendo, passei a noite toda acordada... Pensando em... Tudo! e decidi que é melhor Annie e eu irmos à Londres!
Annie gritou e correu a abraçar a irmã. Maggie começou a ficar com os olhos marejados de lágrimas.
A família Watson se abraçou um bom tempo. E passaram a manhã toda conversando sobre tudo. Harold contou que na noite anterior decidiu que era melhor deixá-las ir, e que iriam morar com seus primos Ryan, James e Lionel, e que iriam estudar na mesma escola que eles. E que Maggie até já havia ligado para os pais dos garotos para saber se Verônica e Annie podiam morar com eles. E o mais importante: Quando?
- O mais rápido possível! - Annie disse feliz. - Ainda temos de fazer matrícula na escola, lembrem-se disso!
Verônica, que por sua ansiedade e alegria, parecia que não ia viajar, anunciou:
- Decidam aí! Vou dar uma volta!
E deixou Annie e os pais conversando alegres. A garota não sentiu alegria alguma com o anúncio da viagem. Queria mais era agradar a Annie. Ela merecia tudo o que queria, por sempre ter sido uma grande amiga e me ouvir sempre!     Pensou Verônica ao sair.
Parecia não ver nada, nem ninguém. Como deixaria aquele lugar? Lhe ocorreu que gostava mesmo de sentir aquele sentimento, ao mesmo tempo que não o queria. A garota entrou na floresta e se sentou no balanço, como o fizera milhares de vezes. Pensando as mesma coisas. Ficou lá um bom tempo.

Perto da hora do almoço, Verônica voltou e foi direto para o quarto, encontrou Annie arrumando algumas coisas numa mala.
- Porque já está arrumando a mala? - Perguntou Verônica. - Até parece que vamos amanhã.
- E vamos amanhã! - Annie sem olhar para a irmã.
- O QUÊ? - Verônica assustou-se.
- Calma! Liguei para os primos. Eles disseram que era melhor irmos amanhã, por que no dia seguinte vai ter uma festa de um amigo deles, e eles nos chamaram pra irmos com eles. Aí convenci papai e mamãe a viajarmos amanhã. Mamãe não queria, mas dobrei ela...
- Annie! - Verônica falou de supetão, interrompendo a garota. - Eu ainda não estou preparada! Como você faz isso?
- Ah, Verônica, já combinei... - E ajoelhou aos pés da irmã. - Vamos!
Verônica olhou para a irmã com vontade de lhe atacar, mas depois de muito tempo pensando, fez o que todo irmão mais velho sempre faz para seus irmãos mais novos. Cedeu.
Está bem! - Verônica falou com um muxoxo.
Annie não se continha de felicidade. E assim o dia se passou sem grande emoção para Verônica. De noite, antes de dormir, saiu e foi à floresta.
- Não queria ir embora daqui! - Confessou, pensando em voz alta. - Não quero deixar esse lugar! Meu refúgio! E se Nick um dia resolve voltar e não me encontrar? Queria tanto pensar no meu futuro! Nick! Será que você se lembra que eu te amo? Será que se lembra que eu estou aqui? Se você estivesse em Londres... Mas será que se a gente se encontrar eu te reconhecerei?
Passou mais um tempo na floresta pensando em tudo. E então voltou à sua casa, correndo para confidenciar tudo a seu diário.

Verônica acordou muito antes do horário que estava acostumada. Annie estava ansiosa, mais do que nunca com a viagem. A garota levantou-se e com toda a correria e o todas as sensações que estava sentindo, apenas lembrou-se que, tomou banho, comeu alguma coisa, saiu de casa e olhou em direção à floresta um momento, foi com os pais e Annie à estação, despediu-se da mãe, que chorava e soluçava, e do pai, entrou no trem. Annie conversou com ela, mas ela não ouvia uma palavra sequer ninguém, desde que ela acordou.
Ao chegarem à Londres, ouviram em algum lugar a música "Vertigo" de U2, Annie ria feito boba, se deslumbrava com tudo. Vida nova. Pelo menos para Annie.
Ao pegarem o King Cross, Annie ria enquanto espiava a cidade que passava por ela. Verônica não sentia nada com todo aquele charme, beleza e exuberância. Apenas deu um sorrisinho amarelo para a irmã quando passaram perto da torre Big Bang. Verônica teve de puxar Annie pelo menos umas 10 vezes para prosseguirem a viagem, enquanto andavam pelas ruas. Annie queria ver tudo.
Verônica se sentiu melhor ao chegar na casa dos garotos que ficava no subúrbio de Londres. Ao entrarem, viram 3 garotos, um com camisa regata e os outros sem camisa, garotos com algumas espinhas no rosto, da idade de Annie.
- Primas! - Os rapazes correram e as abraçaram. - Como estão? Tia Maggie ligou agora a pouco.
- Mães. Só mudam de endereço.- Annie falou rindo. Depois olhou para um primo que estava sem camisa - Estamos bem! E vocês? Não acredito que Lionel está maior que eu!
- O pequeno Lion cresceu um pouco! - Falou o que estava de camisa. Era o mais velho.
- Além do nariz! - Falou o outro, rindo.
- Que engraçado! - Lion riu com sarcasmo e olhou para o irmão de camisa. - Tira a camisa Ryan, está fazendo um calorão. É bom que as meninas poderão ver seus mamilos grandes e cabeludos.
Verônica boquiabriu-se. Annie gargalhou.
- É sério? E você James? o que tem de diferente? Um enorme nariz...Um enorme mamilo... - Riu-se Annie.
- Melhor não comentar o que o James tem de enorme, prima. - Caçoou Ryan do outro irmão.
Annie boquiabriu-se, e depois gargalhou. Verônica achou melhor não participar daquela conversa. Então apressou-se a dizer.
- Meninos, estamos bem! Mas antes de conversarmos nos ajude a levar essas bagagens. - Falou entregando a mochila e a mala que carregava para James e Annie fez o mesmo com Lion.
- Antes que eu conheça o quarto preciso tomar um copo d'água. - Disse Verônica.
- A cozinha é logo a esquerda, Verônica. E os copos estão no armário perto da pia. - Informou Ryan. E a garota saiu da sala.
- Vamos! Nós mostraremos o seu novo quarto! - Anunciou Lion, mostrando uma pequena escada mais a frente. - Mas vocês terão de dividir o quarto com Farrah.
- Não nos incomodamos! - Disse Annie. - Verônica e eu sempre dividimos o quarto. Onde está a Farrah? Quero conhecê-la!
- Compras. - Informou James. - Coisas de mulher. Você sabe.
Todos estavam subindo a escada quando alguém tocou a campainha. Ryan foi abrir.
- Acho que é um amigo meu. Ele ia me emprestar um livro.
E então o garoto abriu a porta. Um garoto loiro, alto, forte estava parado do lado de fora.
- E aí? - O garoto cumprimentou Ryan.
- Entra, cara!
O garoto entrou e Ryan apresentou-o a prima e aos irmãos.
- Galera, esse é Henry Colman, meu amigo da escola.
- E aí, Henry! - Cumprimentaram-o e logo subiram para o quarto.
- Desculpa, Ryan! É que o livro estava com um primo meu! - Informou Henry então se voltando para Ryan, lhe entregando um livro. - Então só agora pude trazê-lo!
Ah, que é isso! Não tem problema! - Ryan disse balançando a cabeça. - Mas venha! Sente-se e me conta...Você já arrumou os convites que te pedi da festa da Georgia?
- Sim, euuu... - Henry pareceu se esquecer do que estava falando, Ryan pensou que o garoto estava tendo alguma coisa, pois ficou como se estivesse em choque com algo. Estava paralizado.
- Ah, eles já subiram, não foi? Vou até lá, Ryan!
Verônica estava perto da escada.
- Sim, eles subiram! - Informou Ryan. - Verônica quero que conheça meu amigo, Henry Colman.
- Oi, Henry! Sou Verônica Watson, prima do Ryan. - Cumprimentou sem emoção.
- Oi, Verõnica! Muito prazer! - Respondeu Henry.
Verônica pensou ter visto um brilho nos olhos do garoto.

 

Tema do episódio: "Vertigo" de U2


♪ Músicas online grátis! Acesse: www.powermusics.com

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Capítulo 02

Maggie e Harold Watson, pais de Verônica e Annie, estavam em sua sala de estar, assistindo um programa que costumavam assistir diariamente, quando Verônica desceu as escadas. A garota, sentou-se no sofá, mas mantendo uma distância de seus pais. Passou um tempo assistindo TV, e passado algum instante não deixou de prestar atenção a seus pais. O casal estava rindo, muito feliz, abraçado, muito juntinho, e a garota começou a se perguntar se Nick não a tivesse deixado, eles estariam hoje ali, daquele jeito, assistindo TV. Isso a entristeceu de tal forma, que ficou a ponto de chorar, mas mesmo assim não saiu dali. Seu pai riu de uma piada do programa junto com a esposa, e então olhou para a filha. A garota percebeu então que seu pai começou a se assustar com sua reação.
- Verônica, você está bem? - Perguntou Harold, preocupado.
Verônica deu as costas aos pais.
- Nada, pai. - Mentiu.
Maggie agora se desgrudou de Harold para ver a filha.
- Como "nada"? Você está parecendo que quer chorar.
- Chorar? - Perguntou Maggie intrigada. - Verônica você está chorando. Mas porquê, filha?
- Não é nada, já disse! - Respondeu Verônica, saindo apressada da sala.
Maggie e Harold se olharam um momento.
- Isso é um programa humorístico! A intenção é sorrir, e não chorar. - Harold falou para a mulher, que estava indo em direção a janela.
- Harold, tem algo de errado com essa menina! - Maggie se voltou para o marido. - Verônica só é vista triste, solitária, sem amigas, eu quero saber o que há de errado com ela.
- Ah, Maggie, a garota é adolescente. Os adolescentes tem esse tipo de comportamento.
- Harold, a Verônica tem tem 17 anos. Nem Annie que tem 16 tem esse tipo de comportamento. A Verônica não fala muito comigo faz tempo. Ela nunca reprovou na escola, mas ela costumava ser mais alegre, se socializar mais, conversar mais, sorrir mais. - Maggie pousou a mão na testa. - Será que essa menina está usando drogas?
- Maggie, a garota nem sai de casa, por favor! - Harold agora se levantou, indo até a mulher. - O lugar mais longe que ela foi esse ano todo, e olha que estamos em julho, foi na escola.
- E será se ela não pôde ter pego drogas na escola? - Maggie continuou.
- Usar drogas na escola? Por favor! E mesmo se tivesse usando, logo saberíamos, porque ela teria de arrumar dinheiro para conseguir as drogas, ela teria de vender suas coisas, e quando não tiver mais nada teria de roubar nosso dinheiro. - Explicou Harold, abraçando a mulher assustada com a idéia de sua filha ser usuária de drogas. - Eu nunca dei por falta dos objetos de valor dela, e as minhas não sumiram. E as suas?
Maggie ficou um pouco quieta, pensando melhor.
- É. Minhas coisas ainda não sumiram. Verdade. - Falou a mulher, um pouco mais aliviada. - Ela não está usando drogas!
- Quem está usando drogas?
O casal se virou para ver quem havia feito a pergunta. Era uma garota que se diferenciava de Verônica por não ser pálida, e parecer ser alegre. A garota era bonita, e tinha os cabelos castanhos como Verônica.
- Annie, preciso te fazer uma pergunta, filha? - Maggie foi ao encontro da garota e a levou até o sofá. - Você sabe o que está acontecendo com a sua irmã?
- Como assim, mãe? - Annie olhou para a mãe meio sem entender.
- Sua mãe acha que Verônica está usando drogas. - Harold informou a garota.
- Drogas? Não, Verônica não está usando drogas. - Respondeu Annie. - Mas vocês podem me dizer o porquê dessa pergunta?
- O comportamento dela! Ela está estranha há muito tempo. Quando ela era uma criança ela não era assim, lembro que conversávamos mais, assim como eu e você, Annie.
Annie ficou calada. Sabia o porquê do comportamento da irmã. Mas mentiu aos pais.
- É o jeito dela, mãe. Ela é assim. E tem as matérias da escola que ela tem dificuldade, e o ensino daqui, que está cada vez mais fraco. Toda pessoa sente vontade de viajar, ter um ensino melhor, eu acho. - Os pais da garota a olharam desconfiados. A garota percebeu, e logo continuou. - E também, acho que ela se sente sufocada com esse lugar. A gente vive praticamente num vilarejo!
- Não fale isso, Annie! Vivemos em Surrey. - Falou Maggie.
- Mas queremos algo maior, melhor... - A garota pensou mais um pouco, e em seguida olhou para os pais. - Londres, talvez!
- Londres? - Perguntou Harold.
- É, pai. Londres! A gente já passou tempo suficiente aqui nesse lugar. Eu e Verônica merecemos coisa melhor, não é? E nossos primos Ryan, James e Lionel moram lá, não é? Poderíamos morar lá. O que acham?
- E ficar longe das minhas filhas? Não! - Maggie contestou.
- Mãe, mas lá é muito melhor, e é perto... Pensem nisso, no futuro de suas filhas. Eu vou lá no quarto me arrumar, porque as minhas amigas e eu vamos àquela festa que falei ontem.
- Está bem! Mas chame Verônica para ir com você. - Disse Harold, ainda pensativo com a proposta de Annie.

Verônica estava floresta. Parou de chorar. Já estava a algum tempo chorando, sofrendo silenciosamente. Foi como se ela ainda pudesse ver Nick correndo até ela. Sorrindo para ela. A garota sentou-se no balanço. Então perguntou para si mesma.
- Será que Nick pensa em mim?
Olhou tristemente para a lua que agora estava começando a aparecer. E ainda sentada no balanço, perguntou , agora dessa vez olhando a lua.
- Será que Nick está te admirando?
 Ficou mais um instante pensando. Então decidiu voltar para casa.
Quando entrou em casa, seus pais já não estavam na sala. Subiu as escadas para seu quarto. E ao entrar, encontrou Annie lendo seu novo diário.
- Annie! - A garota gritou, assustando a irmã. Correu e tomou o diário de suas mãos. - Porque você está lendo meu diário?
- Verônica, não precisa haver segredo entre mim e você, né? - Respondeu Annie. - Eu sei que você está, ou melhor, é assim. É por causa do Nick.
Verônica ficou calada. Sempre contou tudo para a irmã. Annie era sua única amiga.
- Mas isso não te dá o direito de ler meu diário!
- Está bem, desculpa! Mas você poderia ser menos antissocial, não é?
- Você tem de entender que não consigo!
- Você tem de entender que você tem uma vida pela frente... Qual é, Verônica? Ok, você viveu um lindo amor com o Nick, ele foi embora, você sofreu... Mas não pode ficar assim a vida toda. você tem de encontrar algum cara que te ame...
- Nunca vou encontrar algum cara que me ame mais do que Nick meu amou. - Respondeu Verônica sentando-se na cama.
- Como você sabe? - Annie foi até a irmã. Verônica ficou sem saber o que responder. As duas ficaram um tempo sem falar, então Annie quebrou o silêncio. - Vou a uma festa com umas amigas. Vamos! Vai ser divertido!
- Não quero! Tenho... - Verônica pensou em algo pra dizer. - Tenho lição de casa.
- Sofrer por um amor é lição de casa?
- Annie, não quero ir, ok? Respeita minha decisão. - Verônica começou a ficar chateada com a irmã.
- Está bem. Mas muda essa cara. Só queria que sua vida tivesse mais emoção, porque até sua voz parece de alguém que está pra morrer. Você podia sair e se divertir. Ah, e por falar em diversão, adivinha?
- O que? - Verônica realmente perguntou sem emoção alguma.
- Vamos morar em Londres! - Annie anunciou muito animada.
- O que? - Verônica se levantou e caminhou até sua janela, avistou a antiga casa de Nick e a floresta. Então se virou para a irmã. - Não podemos ir! Não posso deixar esse lugar!
Annie revirou os olhos.
- Não podemos porque, Verônica? Porque você ainda espera o Nick voltar? - Annie olhou nos olhos da irmã. - Vamos porque não vou deixar você destruir sua vida por alguém que está em qualquer lugar do mundo, possivelmente com uma namorada, e não te telefona ou escreve cartas, e quem sabe talvez nem se lembre mais de você!
As palavras de Annie machucaram o coração de Verônica, como se uma espada o tivesse transpassado. Verônica rompeu-se em lágrimas. Mesmo que achasse, ou pensasse, ou pedisse a Deus, que Nick voltasse, a garota não podia negar que o que Annie disse podia ser verdade.
Annie olhou para a irmã e se arrependeu de ter dito aquilo. E abraçou-a.
- Desculpa! Desculpa mesmo, Verônica! Mas... Você tem de deixar esse lugar. Aqui não está te fazendo bem. Tenho medo de um dia você ficar louca, e se matar. Não faz isso com você. Não faz isso conosco. A mamãe, o papai e eu te amamos. - Annie deu um beijo na bochecha da irmã. - Vou tomar um banho e sair, ok? Amanhã você dá sua resposta.
E então a garota saiu deixando Verônica sozinha no quarto. Ela limpou as lágrimas e começou a escrever no seu diário. Sobre como deixaria o lugar onde viveu os melhores momentos de sua vida, sobre se teria a coragem de conhecer outras pessoas, sobre se poderia algum dia deixar Nick no passado e viver a sua vida. E da sua grande dúvida.


Querido diário...

Ir ou não ir à Londres: Eis a questão.

domingo, 3 de junho de 2012

Capítulo 01

Ano de 2006. Ao entardecer de um dia de julho, quando tudo está calmo, uma garota que aparenta 17 anos, e parece estar doente, isso a julgar por sua palidez, entra no seu quarto. Antes de sentar-se em uma das camas do quarto muito bem organizado, a garota liga o rádio e coloca um CD. Ela seleciona uma música, "One last breath" de Creed, e então finalmente senta na cama. Então apanha um diário, que está escondido debaixo do travesseiro, o diário, logo nota-se, é novo. A garota pega uma caneta e começa a escrever.

Querido diário,
como sinto saudades da minha completa felicidade. De quando eu tinha 8 anos e achava a vida a coisa mais bela do mundo. Como sinto saudade de brincar no parquinho em frente a minha casa, na pequena floresta perto de minha casa em Surrey. Eu era feliz. Brincava com Annie, minha irmã, era a melhor aluna da classe, conversava mais com meus pais. Eu ria, brincava, estudava, me divertia. Tudo era melhor. Também foi com 8 anos anos que conheci Nicholas McGroff. Nunca vou me esquecer do dia que nos conhecemos. Ele chegou com o os pais e a irmãzinha pequena na cidade, e foi morar na casa de frente a minha. Estava olhando da minha janela aquele menino, pele branca, olhos azuis e de jeito engraçado, e ele olhou para minha janela, como se soubesse que estava sendo observado, e acenou, sorrindo para mim. Lembro que fiquei escarlate, mas sorri, envergonhada. De noite ficamos, Annie e eu espiando pela janela a casa da frente, a noite toda, e rindo uma para a outra. No dia seguinte as crianças da rua foram brincar no parque e eu ia correndo para a gangorra, mas o Nick sentou-se primeiro, fiquei olhando para ele, ah, tinha me conformado de que eu teria de escolher outro brinquedo. Então ele olhou para mim, e viu que não conseguia tirar os olhos dele. Ele, sem pensar muito, me deu seu lugar. Annie abafou um risinho. Aceitei e até disse obrigada. Depois ele começou a conversar comigo. Perguntou se eu morava a muito tempo nesse lugar, em qual escola eu estudava, como era a vida aqui, das pessoas que aqui moravam, e me contou que vinha de Cambridge, porque o seu pai, que trabalhava no banco, tinha recebido uma proposta de emprego melhor aqui nesse lugar. Conversamos muito, até Annie, que estava conosco, pedir para irmos, porque estava com sede. Percebi que estava conversando com ele fazia umas 2 horas. Incrível como o tempo passa rápido quando estamos nos divertindo. Nós três voltamos para casa. E ele perguntou da pequena floresta de tinha aos fundos de sua casa, se nós já estivemos lá, e o que costumávamos fazer lá. Eu respondi que adorava brincar, e falei que no lugar tinha até um balanço, e só deixei de ir porque Annie tinha medo de ir na tal floresta. Então ele perguntou se eu poderia mostrar a floresta para ele, respondi SIM ligeiramente. Passei a noite toda sonhando com ele, ria bobamente, mamãe perguntava porque eu estava daquele jeito, porque costumava ser alegre, mas daquele jeito, nem ela nem papai tinham me visto algum dia. Passamos dias, semanas, meses, nos vendo direto, e Annie ficava brincando com Jessica, a irmãzinha de Nick, ambas tinham 7 anos. Lembro-me de um dos dias mais felizes da minha vida. Eu e Nick estávamos correndo na floresta, e nessa brincadeira caí e machuquei meu joelho. Nick assustou-se e correu ate mim, perguntou se eu estava bem, eu respondi que sim, e me sentei direito no chão da floresta, ele pegou um lencinho que estava no seu bolso e amarrou no meu joelho. Percebi que estava tremendo. Perguntei a ele o porquê do nervosismo. Ele me respondeu que temia que eu tivesse me machucado sério. Sorri meigamente para ele, e disse que não precisava se preocupar. Ele de repente ficou me olhando com uma certa seriedade. Perguntei um "O que foi?", e então ele se aproximou devagar, o rosto dele foi ficando cada vez mais perto do meu, e então ele encostou seus lábios nos meus.
Confesso que naquele momento me tremi, dos pés a cabeça, parece que não havia nada mais no mundo além de mim e ele, meu coração quase sai da boca de tão acelerado. Estava mesmo tendo meu primeiro beijo? Então passado alguns segundos ele se afastou, olhando para mim. Saí correndo, melhor dizendo mancando, para minha casa, mas ao mesmo tempo queria ficar ali. Mas o machucado começou realmente a doer. Chegando em casa, minha mãe cuidou de meu machucado, e eu fiquei quieta, sem falar nada, meu pai até achou estranho uma criança não falar nada ou chorar, até quando cheguei no meu quarto e falei a Annie tudo o que aconteceu. Ela começou fazer brincadeiras, rir. Não me importava. Sonhei a noite toda com aquilo. E no dia seguinte voltei ao local, e o encontrei no balanço. Ele me perguntou timidamente se joelho estava melhor. Respondi que sim. Ficamos olhando para o céu, para as árvores muito tempo, até ele romper todo aquele silêncio e me pedir em namoro. Lembro que olhei para ele boquiaberta. E ele então olhou para o chão, e brincou com uma pedrinha. Respondi que ele era a pessoa com que mais me importava no mundo, e que estar com ele me fazia sentir coisas, que na minha idade não sabia o que eram. Mas eu ria com ele, brincava, e tudo parecia bom quando estávamos juntos. Então ele me abraçou. Acho que aquilo era um SIM para sua pergunta.
Os dias que se seguiram foram os mais lindos possíveis, até íamos mais a casa um do outro. Passeávamos na floresta. Fomos, nossos pais, nossas irmãs, Nick e eu juntos a um parque, e nós dois fomos dar uma volta na roda-gigante, rimos muito, ele riu um pouco nervoso por algum motivo desconhecido por mim, e foi quando estávamos lá em cima, que senti sua mão sobre a minha, estava suada, nos olhamos e ele riu carinhosamente, antes de descermos, soltamos as mãos. Nunca senti sensação melhor do que estar ao seu lado. Mas tudo o que começa tem um fim.
Num dia, no pôr do sol, estava na minha cama, lendo, quando vejo Nick através da minha janela, ele estava um pouco sério, mesmo assim sorri para ele. Ele me chamou e apontou para a floresta. Entendi que queria falar comigo e desci. Cheguei na floresta. Ele estava tão bonito, me deu uma louca vontade de abraçá-lo, mas antes que pudesse realizar meu desejo, ele começou a falar que...

Uma lágrima cai no meio da página do diário em que a garota está escrevendo.

Ainda lembro com uma tamanha tristeza quando ele me disse, confuso:
- Verônica, tenho que te dar uma notícia, mas não como vou te dizer isso.
Eu apenas olhei para ele intrigada, e respondi:
- Apenas diga, Nick! Falamos tudo um para o outro.
Ele se mexeu nervosamente, mordeu os lábios por um tempão, e disse:
- Minha família e eu vamos nos mudar amanhã!
Eu o olhei sem entender nada. Perplexa.
- Vão se mudar de casa, de rua...
- De cidade, estado, talvez até de país. Eu não sei!
Fiquei parada, boquiaberta, sem saber o que falar. Parece que aquela informação não estava querendo processar, sei lá. Percebi que minhas mãos estavam suadas e trêmulas.
- Porquê? - Foi a única coisa, depois de muito silêncio, que pôde sair de minha boca.
- Meu pai recebeu uma proposta de trabalho.
- Onde? - Respondi com raiva dessa tal proposta de emprego. Estava começando então chorar. - Quer saber, não precisa me dizer! Você vai embora mesmo! Vai me deixar aqui! Seu idiota! Como você pôde fazer isso comigo? Depois de tudo o que a gente viveu! Vai e não fala mais comigo, Nicholas!
Dei as costas a ele, mas percebi que ele cobriu o rosto com as mãos.
- Não é culpa minha, Verônica!
Cheguei em casa chorando, e falei tudo a Annie, ela ficou quieta, porque nessa não sabíamos lidar com situação como esta. Nessa noite tive muitos pesadelos.
E quando amanheceu, acordei finalmente, pensando que nem tudo estava perdido. Annie veio de sua cama falar comigo.
- Dá o telefone daqui para ele, o endereço. Quem sabe ainda há alguma forma de um dia vocês se verem.
Olhei pela minha janela a família McGroff saindo de casa, e Nick, ao entrar no carro, olhar para minha janela. Pensando bem, teria algum jeito de continuarmos nos comunicando. Pensei rápido. Ele me viu da janela, vi aquele rosto lindo, e saí correndo. Peguei um papel e anotei o endereço e o telefone de minha casa. Corri o mais rápido que pude e quando saí na rua vi que o carro estava dobrando a esquina.

Mais uma lágrima caiu no diário.

Senti uma dor que nunca havia sentido, como se nunca mais pudesse ser feliz, senti como se não conseguisse respirar. Tinha perdido o primeiro, e hoje sei que foi o grande amor da minha vida.
Estou condenada. sem um telefonema dele, ou uma carta, sem notícias há anos, apenas com lembranças. Depois disso, minha vida nunca mais foi a mesma... Ah, desculpa, não consigo mais escrever.

Verônica deixou de escrever no diário. Estava chorando descontroladamente. Fechou-o e foi até o espelho.
A Verônica que o espelho refletia nem de longe parecia uma Verônica jovem, feliz. Ela estava, apesar de bonita, mal arrumada, de cabelos bagunçados e triste.
- Essa é você Verônica Watson! - Falou a garota para seu reflexo no espelho.
Será que um dia encontrarei ele de novo? Pensou enxugando uma lágrima. Sempre, pelo menos 30 vezes ao dia, lhe ocorria este pensamento.
Então a garota saiu do quarto.

Tema do episódio: "One last breath" de Creed






♪ Músicas online grátis! Acesse: www.powermusics.com

sábado, 2 de junho de 2012

S.O.S. Coração

Verônica tem 17 anos, e apesar da pouca idade guarda uma grande ferida no coração.
É que a 8 anos ela e Nick viveram a inocência do primeiro amor. Porém, Nick teve de mudar de cidade com a família. Verônica, desde então, passa a sofrer, vivendo em função de lembranças, todas referidas a Nick, as quais fazem com que a garota deixe de viver outras experiências.
Annie, irmã e única amiga de Verônica, decide que está na hora de mudarem de cidade, tanto por causa dos estudos quanto para a irmã esquecer um pouco suas lembranças. Elas viajam da cidadezinha onde vivem à Londres, e vão morar com seus primos Ryan, James e Lion, garotos em plena ebulição hormonal, e Farrah, garota simples, e amiga dos garotos, que logo torna-se amiga de Verônica e Annie.
Na escola, Annie faz amizade com Cecily e Mallory, garotas adeptas ao estilo gótico e punk, que acabam por influenciá-la. Cecily é mais reservada e misteriosa, já Mallory se torna grande amiga de Annie.
Mallory é prima de Craig, um rapaz desbocado e líder de um grupo temido na escola. Esse grupo ainda é formado por Lorraine e Donnie, e eles três podem influenciar de maneira negativa a Annie.
Ryan apresenta sua prima Verônica a Henry, seu grande amigo, que se apaixona imediatamente pela garota. Henry passa, então, a tentar conquistar Verônica. E só depois que Annie a aconselha a dar uma chance ao amor, a garota aceita começar um relacionamento com o garoto. O namoro segue morno por que Verônica não mostra entusiasmo algum de sua parte.
Henry percebe que a garota é triste e amargurada, então decide dar mais "ação" a vida dela, e até a surpreende. Verônica então fica menos tempo com suas lembranças, e até começa a gostar mais do garoto.
Porém, quando Verônica aceita que Nick nunca mais aparecerá em sua vida, acontece algo que muda tudo.
Nick reaparece.
Verônica reconhece no ato o seu primeiro e grande amor, tendo diferente apenas o sorriso, agora mais maroto, e seu estilo.
Todo aquele sentimento volta com força. Mas a garota não tarda a descobrir que, aquele sentimento, para Nick, ficou no passado, pois o garoto não parece ter sofrido tanto quanto Verônica.
Tanto que ele está de namoro longo e firme com Julie, garota ambiciosa e arrogante, amiga íntima da influenciável Jéssica, irmã de Nick.
Mesmo assim, Verônica não tira da cabeça(e do coração) a felicidade de ter Nick de volta na sua vida.
Mas agora a situação é diferente. Eles não são mais garotinhos, e há muitas outras pessoas envolvidas nessa história.
O que Verônica fará?

A partir de 03 de junho se apresentará, em um ritmo alucinante e envolvente, um Conto de Aciello.